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- Publicada em 09 de Novembro de 2015 às 21:47

Estado lidera manifestações de caminhoneiros no País

Em Passo Fundo, motoristas percorreram a avenida Brasil, no Centro

Em Passo Fundo, motoristas percorreram a avenida Brasil, no Centro


DIOGO ZANATTA/FUTURA PRESS/AE/JC
A greve dos caminhoneiros autônomos, que tomou conta do País em fevereiro, foi retomada ontem com manifestações em pelo menos 11 estados, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Foram contabilizados 49 pontos de concentração de motoristas em estradas federais brasileiras, sendo pelo menos 15 deles no Rio Grande do Sul, maior número entre os estados, total que se soma a outros quatro bloqueios percebidos em rodovias estaduais. Em apenas três pontos do Estado, as pistas foram interditadas, enquanto as outras estiveram liberadas para veículos leves e cargas vivas e/ou perecíveis.
A greve dos caminhoneiros autônomos, que tomou conta do País em fevereiro, foi retomada ontem com manifestações em pelo menos 11 estados, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Foram contabilizados 49 pontos de concentração de motoristas em estradas federais brasileiras, sendo pelo menos 15 deles no Rio Grande do Sul, maior número entre os estados, total que se soma a outros quatro bloqueios percebidos em rodovias estaduais. Em apenas três pontos do Estado, as pistas foram interditadas, enquanto as outras estiveram liberadas para veículos leves e cargas vivas e/ou perecíveis.
"Enquanto não houver resposta positiva dos governos, a intenção é não liberar a rodovia", afirma Renor Andreolla, diretor do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Mato Castelhano, que participava da atividade no município. Sem ligação formal com o sindicato, a manifestação começou pela manhã, no km 273 da BR-285.
Segundo Andreolla, uma das reclamações do grupo envolve a situação das empresas de transporte em contraste aos autônomos. "O governo dá benefício para renovação de frota para quem tem frota grande. Como o autônomo vai competir com um caminhão velho, que se atrasar o IPVA já é apreendido?", argumenta o transportador, que estima os caminhões de empresas em 90% dos veículos parados pelos manifestantes no município do Norte gaúcho. "Com certeza, estão hoje no setor para avacalhar com a classe", disparou Andreolla, sobre o menor preço oferecida pelas empresas em relação aos autônomos, que puxa para baixo o valor do frete.
Além de Mato Castelhano, também foram registradas pela PRF e pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar manifestações no km 68 da ERS-122, entre Caxias do Sul e Farroupilha; no entrocamento da ERS-344 com a BR-285, em Entre Ijuís; no km 344 da BR-285, em Ijuí; no km 301 da BR-285, em Passo Fundo; no km 337 da BR-285, em Carazinho; no km 104 da ERSC-287, em Santa Cruz do Sul; nos kms 155 e 168 da BR-472, em Santa Rosa; no km 66 da BR-116, em Pelotas; no km 397 da BR-116, em Camaquã; no km 134 da BR-386, em Sarandi; no km 245 da BR-386, em Tabaí; no km 133 da BR-376, em Nova Esperança; no km 11 da ERS-446, em Carlos Barbosa, e no km 155 da BR-470, em Nova Prata. Em nenhum deles houve interdição do tráfego.
No início da noite, a PRF confirmou três pontos com bloqueios totais das pistas: no km 21 da BR-101, em Três Cachoeiras; no km 40 da BR-116, em Vacaria; e no km 247 da BR-293, em Dom Pedrito.
Em Passo Fundo, os caminhoneiros percorreram a avenida Brasil, principal via da cidade, e ainda entregaram um documento ao vice-presidente da Câmara de Vereadores, Marcos da Silva (PP), buscando apoio dos vereadores à regulamentação da categoria. O líder do grupo, André Pretto, destacou ainda o preço mínimo pelo quilômetro rodado, subsídios no diesel, plano de saúde e melhorias nas estradas, entre outras, como bandeiras do ato.
Ao longo do dia, a PRF registrou manifestações, além do Rio Grande do Sul, também na Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Tocantins. O Comando Nacional do Transporte, que reivindica a liderança do movimento, também afirmou ter paralisado pontos em São Paulo.

Governo exige pauta de reivindicações, enquanto membros do movimento se recusam a negociar

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, afirmou ontem que o governo respeita as manifestações e está aberto ao diálogo, mas não recebeu uma pauta para negociação. "No nosso entender, essa é uma greve que atinge pontualmente algumas regiões do País e, infelizmente, um movimento que tem se caracterizado com uma aspiração única de desgaste político do governo. Se tivermos uma pauta de reivindicação, como tivemos em outros momentos, o governo sempre estará aberto ao diálogo. Agora, uma greve que se caracteriza com o único objetivo de gerar desgaste ao governo, vai de encontro aos interesses da sociedade brasileira", disse Edinho Silva em entrevista no Palácio do Planalto.
Já o caminhoneiro gaúcho Fábio Luís Roque, uma das lideranças do Comando Nacional do Transporte, reforçou que o grupo não pretende estabelecer nenhum tipo de diálogo com o governo federal. "Não queremos contato", afirmou. "A pauta dos caminhoneiros existe, mas não é negociada com este governo podre, que já sinalizou que não vai atender (aos pedidos da classe) e aumentou o óleo diesel duas vezes este ano", prosseguiu Roque, caminhoneiro de Santa Rosa. "Ou Dilma renuncia ou vai para o impeachment. Daí sim, quando o governo que está agora sair, vamos começar a tratar da nossa pauta", completou.
A declaração coincide com o discurso da principal liderança do grupo, o caminhoneiro Ivar Schmidt, de Mossoró (RN). Em mensagens no Facebook, ele deixa claro que a principal reivindicação deste protesto é a saída da presidente Dilma. "Os caminhoneiros acordaram e vão acordar o País também. Não estamos mais fazendo paralisação por nós, agora é pelo Brasil", diz, em um vídeo na página do movimento na rede social.