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Varejo

- Publicada em 02 de Novembro de 2015 às 22:41

Lojas de vizinhança caem no gosto dos consumidores

Sandra diz que bairro onde mora é bem-suprido de produtos e serviços de qualidade

Sandra diz que bairro onde mora é bem-suprido de produtos e serviços de qualidade


JOÃO MATTOS/JC
A aposentada Sandra Carbonell Corrêa dificilmente costuma ir ao Centro de Porto Alegre para comprar algo. "Tudo que preciso, tenho no entorno", justifica a moradora do bairro Praia de Belas. E não é só no fato de residir ao lado de um shopping center que se baseia a escolha da consumidora, que preza por "qualidade de vida, praticidade e economia de tempo". Entre embarcar em lotação ou ônibus para se deslocar a um local afastado, e pegar o carro e ir no máximo até o bairro vizinho (Azenha), ela fica com a segunda opção. "E assim mesmo, é raro. Compro roupas, presentes e calçados no shopping e comida no mercadinho, ambos ao lado de casa", resume Sandra.
A aposentada Sandra Carbonell Corrêa dificilmente costuma ir ao Centro de Porto Alegre para comprar algo. "Tudo que preciso, tenho no entorno", justifica a moradora do bairro Praia de Belas. E não é só no fato de residir ao lado de um shopping center que se baseia a escolha da consumidora, que preza por "qualidade de vida, praticidade e economia de tempo". Entre embarcar em lotação ou ônibus para se deslocar a um local afastado, e pegar o carro e ir no máximo até o bairro vizinho (Azenha), ela fica com a segunda opção. "E assim mesmo, é raro. Compro roupas, presentes e calçados no shopping e comida no mercadinho, ambos ao lado de casa", resume Sandra.
"Cada vez mais, os bairros estão bem-supridos de produtos e serviços não é preciso cruzar a cidade", emenda. A aposentada gaúcha não está sozinha: "o que mais o cidadão quer é não se locomover muito, nem pegar trânsito", confirma o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Luis Augusto Ildefonso da Silva.
"A tendência do comércio de vizinhança é cada vez mais forte nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País", garante Silva, ao completar que, no Norte e no Nordeste do Brasil, a demanda ainda é incipiente. O diretor da Alshop destaca que o fato do varejo de vizinhança ser uma boa alternativa para novos nichos de mercado não interfere nas vendas dos grandes shoppings. "É ótimo que os consumidores possam ter acesso a produtos e serviços ao lado de casa, mas os shoppings continuam sendo lugares de bastante visibilidade e frequência", diz Silva. "São equipamentos das cidades, onde as pessoas passam horas usufruindo do ambiente, que agrega ainda restaurantes, praças de brinquedos e outros espaços de lazer", completa.
O consultor de varejo e professor da ESPM-Sul Cláudio D'Avila aponta que, de fato, os grandes centros de compra devem continuar tendo um volume significativo de visitação, mas não com uma regularidade constante. "Ainda assim, o setor não se prejudica", concorda.

Conhecer os hábitos dos moradores ajuda a impulsionar as vendas e cativar o público-alvo

Sandra diz que bairro onde mora é bem-suprido de produtos e serviços de qualidade

Sandra diz que bairro onde mora é bem-suprido de produtos e serviços de qualidade


JOÃO MATTOS/JC
A perspectiva de nichos de mercado com empreendimentos com formato de vizinhança e comunitários, de menor porte, vem consolidando a tendência de trocar um maior volume de marcas pela vantagem da proximidade de casa ou do trabalho unindo conveniência e convivência. Nesse sentido, conhecer os hábitos dos moradores de determinado bairro ajuda no sucesso da empreitada.
"Dentro do reposicionamento estratégico do Paseo Zona Sul, buscamos alternativas para agregar valor ao público-alvo, não somente com promoções de eventos, mas também com adequação do mix de lojas e serviços mais identificados com as pessoas da região", comenta o gerente comercial do grupo Dallasanta Empreendimentos e Incorporações, Marcelo Feijó, responsável pela administração do mall, localizado no bairro Tristeza, na Capital.
Com contrato fechado com cinco novas operações desde o início do segundo semestre, o Paseo vem acertando na fidelização dos seus consumidores, garante o gestor. "Vivemos um clima de otimismo. Hoje, mesmo em um ambiente de forte retração econômica e de fechamento crescente de lojas de todos os segmentos e perfis nos mais diversos shoppings da cidade e do País, o Paseo celebra a abertura de operações exclusivas."
A readequação do mix no Paseo está relacionada ao perfil do público da Zona Sul, que, em pesquisa realizada pela administração do empreendimento, apontou uma demanda por produtos e serviços voltados a saúde, bem-estar e sustentabilidade. Entre as marcas que chegaram estão a Funcional Comfort Shoes, a Slim Fitwear e a Joalheria e Ótica D'Lucca.
Em novembro, devem inaugurar no ponto a Capim Eco Cosméticos e a Panas Empanadas Argentinas. Além dessas novas operações, o Paseo está em processo de locação de outras duas lojas: uma do segmento de bolsas e acessórios femininos e um estúdio fotográfico. "Melhor que esta notícia é a de que o volume de consultas sobre lojas e salas disponíveis cresceu cerca de 25% em relação ao segundo semestre do ano passado."

Espaços ao ar livre e com segurança conquistam classe média alta

Sandra opta por fazer as compras e utilizar os serviços no bairro onde mora

Sandra opta por fazer as compras e utilizar os serviços no bairro onde mora


JOÃO MATTOS/JC
Mais preocupados com a qualidade dos produtos e serviços e com a proximidade que poupa o tempo de empreitada, os consumidores de classe média alta. principalmente, estão menos focados nos preços - ainda que se fale em crise -, pelo menos, quando ainda contam com segurança, estacionamento, e a possibilidade de estar ao ar livre em um centro de compras. É que a qualidade de vida passou a ditar o melhor lugar para comprar.
“Fizemos uma pesquisa e detectamos que o público gaúcho quer ambientes abertos, com passeios em torno de uma concentração de lojas de comércio, serviços e alimentação, mas onde haja segurança, e um bom estacionamento”, resume o sócio-proprietário da Tornak Participações e Investimentos, Fernando Tornaim. A holding foi parceira da Phorbis Empreendimentos Imobiliários na concepção e construção do Viva Open Mall, localizado Petrópolis, e próximo dos bairros Boa Vista, Bela Vista e Jardim Europa.
Tornaim ressalta que a adesão de locação ao empreendimento foi muito rápida. “Em poucos meses, já contávamos com 70% do espaço preenchido. Recentemente, fechamos outras sete operações, sobrando ainda uma loja que está em negociação.” O local em breve deve receber um curso pré-vestibular, um espaço de festa infantil, uma hamburgueria e uma série novidades, que devem ser anunciadas na primeira quinzena de novembro, adianta o empresário. “O mall tem um período de consolidação, porque mexe com o hábito das pessoas, mas percebemos que o fluxo do Viva Open está aumentando a cada dia, e o faturamento dos lojistas idem.”
 

Clientela valoriza atendimento personalizado e proximidade

Além de fugir de congestionamentos, filas e tempo perdido à procura de uma vaga para estacionar, os consumidores buscam também locais onde sejam recebidos com menos informalidade e mais pessoalidade. "Faço todas minhas compras em volta de casa, principalmente nos estabelecimentos em que sou bem-atendido", afirma o administrador de empresas Rover Nunes.
Morador do bairro Aberta dos Morros, na Zona Sul da Capital, ele frequenta um centro comercial próximo, além de supermercados, restaurantes, fruteiras e mercadinhos da região. "Não é só para facilitar a vida, mas por ser reconhecido como cliente dos lojistas, que valorizam minha presença dentro do estabelecimento, assim como dos demais consumidores", ressalta Nunes.
"Tenho cliente que conheço há mais de 20 anos, muitos inclusive anotam no caderninho e pagam a conta no final do mês", diz o proprietário do Minimercado Praia Belas, José Ari Sinatto. Segundo o comerciante, 70% dos fregueses são assíduos. "A maioria vem comprar todo dia." Sinatto acredita que, além da hospitalidade, também conta o fato de a mercadoria ser de boa qualidade e com preço justo. "As pessoas do entorno não têm porque ir muito longe", comemora.
O mesmo acontece com o Via Appia Brick Chic, no bairro Cidade Baixa. O sócio-proprietário da loja de móveis e utensílios usados, Bernardo Kessler, comenta que, apesar de a região ser de grande circulação de pessoas, uma parte significativa dos clientes é de moradores do bairro. "São eles que movimentam a loja", garante.
O gerente comercial do grupo Dallasanta Empreendimentos e Incorporações, Marcelo Feijó, responsável pela administração do Paseo Zona Sul, afirma que oferecer ao público conveniência aliada à convivência funciona. "Aqueles que frequentam o local todos os dias, para caminhar e levar os filhos na pracinha, por exemplo, acabam consumindo desde um café até os produtos e serviços do mix", detalha. Muitas vezes, além de almoçar com a família, a clientela entra nas lojas para comprar alguma coisa até mesmo aos domingos.

Paseo Zona Sul é apontado como local estratégico e atrai o interesse de novos lojistas

Janaina, Ogliari e Tássila, sócios-proprietários da Comfort Shoes, comemoram os resultados

Janaina, Ogliari e Tássila, sócios-proprietários da Comfort Shoes, comemoram os resultados


FREDY VIEIRA/JC
Ao escolher inaugurar a primeira operação da D'Lucca Joalheria e Ótica em um dos pontos do Paseo Zona Sul, os proprietários da empresa consideraram o fato de o local ser um shopping aberto, com área verde, ambiente familiar e uma série de ações sustentáveis. "É uma energia diferente, e estamos gostando muito. Achamos que atenderíamos somente o pessoal do entorno, e apesar de serem maioria, ainda assim vem gente de outras partes da cidade, pelo diferencial que oferece", comenta a sócia-proprietária, Caroline Nunes dos Anjos.
Outro fator que contou foi a segurança. "É tão bom, que o empreendimento tem um público diário, que o frequenta regularmente. São pessoas que vão passear com os cachorros, caminhar dentro do shopping, passear com os filhos, tomar café. E a maioria entra para conhecer a loja."
Desde que a ótica abriu as portas, em setembro, foram mais de 20 dias de chuva quase ininterrupta, mas, assim mesmo, o movimento foi bom, garante Caroline. "Não temos do que reclamar. A área de marketing do empreendimento atrai muitos consumidores pela promoção de eventos." As vendas da ótica têm ido além das metas. "Isso tanto financeiramente, quanto em termos de acolhimento do público, com quem estamos construindo uma relação informal e de amizade. E é isso que o cliente da Zona Sul procura, uma loja onde, além de comprar, pode sentar, tomar um café e conversar com o vendedor."
Aberto há um mês e meio, o espaço da Funcional Comfort Shoes no Paseo Zona Sul conta com um ticket médio de R$ 600,00 por dia (o equivalente a venda de três pares de calçados). "O pessoal entra para comprar um tênis, por exemplo, e acaba levando um ou dois produtos a mais de presente", conta o sócio-proprietário Daniel Ogliari. A loja, que nasceu dentro de um grupo de fisioterapia, vende marcas de sapatos com tecnologia, biomecânica e alinhamento, que contribuam para a estrutura corporal. "A ideia era suprir uma demanda dos nossos pacientes", explica a sócia-proprietária Tássila Neves. A primeira unidade funciona no mesmo espaço da clínica e laboratório, no bairro Mont' Serrat.
"O Paseo chamou a atenção por ser uma área bem familiar, não focado só no comércio. Decidimos ir para a Zona Sul, porque muita gente que chegava na loja por indicação comentava morar nesta região e que provavelmente não iria voltar por causa do deslocamento. Então, a gente quis ficar mais próximo deste público. Foi bem estratégico, para resolver uma questão de demanda."

Viva Open Mall conquista clientela do entorno com operações e atividades específicas

A empresária Bruna Gabriele Felisberto inaugurou a Pet and The City em julho deste ano, no Viva Open Mall. Desde então, vem se "surpreendendo a cada dia". "Estamos batendo a meta todos os meses, e até mais", garante. Bruna diz inclusive que a crise não atingiu o mercado pet. "As pessoas deixam de comprar uma roupa ou um sapato, mas não deixam de dar banho nos bichinhos."
A chegada à região do Jardim Europa teve receptividade muito boa, afirma a proprietária da petshop. "Nosso estilo de negócio é bem focado nos moradores do entorno, e o carro-chefe dos nossos serviços tem sido o banho de cachorros de pequeno e médio porte, principalmente de moradores da região, que conta com muitos edifícios residenciais."
A Pet and The City também vende acessórios, camas e roupas diferenciadas para os bichinhos, além de rações super premium e petiscos especiais. "As vendas estão ótimas. Mesmo tendo produtos caros, o pessoal consome." E além de mimar os animaizinhos de estimação, os clientes usufruem de outros espaços e operações do Viva Open Mall. "Muitos vêm semanalmente, e o clima na loja é familiar." O mesmo acontece em outros estabelecimentos do mall. No salão Mirage, por exemplo, do público novo conquistado em seis meses de funcionamento, 30% é de pessoas do entorno, que aderiram aos serviços do local pela facilidade de estar ao lado de casa. "Acabaram fidelizando e ficaram conhecidas da casa", conta a sócia-proprietária do salão, Cristina Fernandes. "Algumas clientes vão na academia ao lado antes de vir fazer uma escova, outras deixam o bichinho na pet e vêm fazer as unhas. Criamos um vínculo a ponto de já saber o que determinada cliente quer quando chega ao salão."
Também no Viva Open Mall, o pub Mulligan tem recebido famílias inteiras da vizinhança. "É um pessoa que busca filhos no colégio e já vem almoçar. E, à noite, recebemos muitos grupos de mulheres fazendo happy hour", destaca a proprietária, Thais Mallmann. Ela destaca que, toda quinta-feira, um lojista promove um evento diferente no empreendimento. "Essas ações e as atividades de fim de semana destinadas à criançada também atraem muito o pessoal do entorno."