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Espaço Vital

- Publicada em 30 de Novembro de 2015 às 23:03

Uma esmola de 300 reais

 Charge vital

Charge vital


DIVULGAÇÃO/JC
Na cidade de forte colonização por alemães, é apregoada audiência na Justiça do Trabalho. O reclamante é um jovem franzino e tímido, pedindo reconhecimento de vínculo empregatício, por ter sido caseiro no sítio do reclamado.
Na cidade de forte colonização por alemães, é apregoada audiência na Justiça do Trabalho. O reclamante é um jovem franzino e tímido, pedindo reconhecimento de vínculo empregatício, por ter sido caseiro no sítio do reclamado.
Este é um senhor de gestuais grosseiros e impacientes.
O juiz dá bom dia às partes e seus advogados, questionando-os sobre possibilidade de acordo. O reclamado, então, afirma cheio de mágoas, dedo apontado para o reclamante.
- Acordo? Dei casa, água, luz, comida, um salário mensal pontual e ele agora me apronta essa!
O magistrado contrai a expressão facial, mas tenta suavizar:
- Sei que o senhor pode estar chateado, mas o reclamante trabalhou no seu sítio e diz que foi mandado embora sem receber nenhuma parcela rescisória. Sugiro que proponha um valor, encerrando a discussão hoje mesmo.
O reclamado puxa três cédulas de R$ 100 do bolso e as coloca sobre a mesa, afrontando o caráter formal da solenidade:
- Não seja por isso. Dou esta esmola, que deve bastar a esse morto de fome!
Perplexo, o juiz dirige-se ao reclamante:
- O senhor, por gentileza, apanhe o dinheiro e guarde-o no bolso. É seu!
Sem nada entender, mas confiando na determinação - e após a aquiescência de seu advogado - o reclamante recolhe e guarda as três cédulas.
E antes que o reclamado siga com impropérios, o magistrado continua mantendo o comando:
A esmola já foi aceita. Agora, o senhor trate de pensar numa proposta de acordo. Medite ou oriente-se com seu advogado antes de abrir novamente a boca. O lugar onde o senhor está se chama Justiça, e não feudo! E o juiz sou eu.
Veementemente alertado por seu advogado, o alemão duro concorda em pagar mais R$ 2.500 e, assim, acabar com a demanda. Acordo fechado, cheque assinado, formalidades preenchidas, processo encerrado, clima ainda hostil na sala de audiências, o empregador levanta-se e parte sem se despedir de ninguém.
Deixa o foro trabalhista visivelmente contrariado - talvez pensando nos R$ 2.800 despendidos, mais os honorários de seu advogado e as custas - e embarca em sua possante camioneta, partindo com o canto dos pneus etc.
Aconteceu numa cidade da Grande Porto Alegre.
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