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- Publicada em 04 de Novembro de 2015 às 22:11

Pensar o amanhã

"O cenário atual é de crise socioeconômica, cultural e espiritual, pondo em evidência a oportunidade de um discernimento orientado pela proposta criativa da mensagem social da Igreja." (Bento XVI, Encontro com as organizações da pastoral social, Fátima, 13/05/2013).
"O cenário atual é de crise socioeconômica, cultural e espiritual, pondo em evidência a oportunidade de um discernimento orientado pela proposta criativa da mensagem social da Igreja." (Bento XVI, Encontro com as organizações da pastoral social, Fátima, 13/05/2013).
A crise atinge também o Brasil. Ela toca fortemente as dimensões da economia e da política, repercutindo de modo distinto na vida da maioria da população, especialmente dos mais pobres. Entretanto, na base de tal realidade, está latente uma grave e profunda crise ética.
Neste contexto, vale destacar o significado do que seja ética. Estamos perdendo a compreensão e a promoção de alguns conceitos que são decisivos para o desenvolvimento de uma sociedade marcada pela justiça e pela paz.
Quando dizemos "ética" estamos falando de uma tarefa humana. Ou seja, aquela de cada pessoa se encontrar naquilo que a distingue: a humanidade. A ética diz de uma "ação tipicamente humana de se autoconstruir; mas também aponta para a tarefa de autorresponsabilização do ser humano, pois somente ele é capaz de encobrir ou descobrir o sentido próprio de todas as coisas".
Enquanto membro de uma sociedade, o ser humano, guiado pela ética que o rege, se empenha em favor do crescimento em plenitude de cada um de seus membros, chamados a colaborar de modo estável para a realização do bem comum, sob o impulso da sua tensão natural para a verdade e para o bem (DSI, 384).
Observando a situação atual do Brasil, se podem perceber sinais contundentes de não favorecimento do desenvolvimento integral de seus cidadãos e de não promoção de humanização da sociedade. Entre tais sinais destacam-se a falta de um projeto de nação, conflitos de interesses que marcam a atividade política e que não favorecem a vida nacional e o bem comum, a falta de consideração para com a coisa pública, o sucateamento das instituições de saúde, o descaso com a educação, a violência que cresce de forma assustadora...
Vale, neste sentido, recordar o que nos diz o Papa Francisco em sua última Carta Encíclica: "É possível que hoje a humanidade" - e certamente o Brasil! - "não se dê conta da seriedade dos desafios que se lhe apresentam, e cresce continuamente a possibilidade de o homem fazer mau uso do seu poder quando não existem normas de liberdade, mas apenas pretensas necessidades de utilidade e segurança. O ser humano não é plenamente autônomo. A sua liberdade adoece quando se entrega às forças cegas do inconsciente, das necessidades imediatas, do egoísmo, da violência brutal. Neste sentido, ele está nu e exposto frente ao seu próprio poder que continua a crescer, sem ter os instrumentos para o controlar. Talvez disponha de mecanismos superficiais, mas podemos afirmar que carece de uma ética sólida, uma cultura e uma espiritualidade que lhe ponham realmente um limite e o contenham dentro de um lúcido domínio de si (LS 105)".
Urge, pois, fomentar o conhecimento intelectual; mas urge também promover "uma sabedoria que dê sabor e tempero, ofereça criatividade às vias cognoscitivas e operativas para enfrentar tão ampla e complexa crise", além de uma espiritualidade vigorosa.
Recordando o evento do último dia 1 de novembro em Porto Alegre, que reuniu expressões da juventude gaúcha junto ao Anfiteatro do Pôr-do-Sol, recordamos as palavras do Papa Francisco aos jovens, em 2013, no Rio de Janeiro: "não permitamosque nos roubem a esperança!"
Há um faixa considerável da juventude que aposta em dias melhores para as futuras gerações. A sociedade não pode abafar, à causa das mazelas de uns poucos, o sonho existente no íntimo de tantos: o de construir uma sociedade marcada por justiça e paz, fraternidade e solidariedade, amor e fé! Isso pressupõe conhecimento intelectual, sabedoria e espiritualidade!
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