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Terrorismo

- Publicada em 15 de Novembro de 2015 às 22:14

França e Bélgica investigarão ataques a Paris

Mesmo dois dias após a ação extremista em Paris, polícia ainda patrulhava região dos ataques ontem

Mesmo dois dias após a ação extremista em Paris, polícia ainda patrulhava região dos ataques ontem


DOMINIQUE FAGET/JC
Uma equipe franco-belga foi formada para liderar, em Bruxelas, as investigações relacionadas aos atentados coordenados em Paris na sexta-feira, que deixaram ao menos 129 pessoas mortas e 352 feridas - 99 em estado grave.
Uma equipe franco-belga foi formada para liderar, em Bruxelas, as investigações relacionadas aos atentados coordenados em Paris na sexta-feira, que deixaram ao menos 129 pessoas mortas e 352 feridas - 99 em estado grave.
Em condição de anonimato, uma autoridade belga revelou à imprensa que investigadores franceses já haviam chegado ontem à capital do país. A autoridade afirmou também que dois dos sete terroristas mortos na noite de dos atentados eram franceses que moravam em Bruxelas. Um deles vivia no bairro de Molenbeek, área que concentra religiosos extremistas e combatentes a caminho da Síria.
De acordo com a fonte, sete pessoas foram detidas pela polícia ontem em decorrência da investigação. O número se soma às três prisões feitas no sábado, também relacionadas aos ataques em Paris.
A polícia da França identificou o francês Omar Ismail Mostefai, de 29 anos, como um dos sete suspeitos dos ataques. Segundo a polícia, Mostefai foi identificado pela digital de um dedo decepado que foi encontrado na casa de shows Bataclan, onde o atirador matou 89 pessoas antes de detonar os explosivos que estavam em seu corpo. A polícia francesa disse que ainda não identificou os outros suspeitos.
Dois dias após os ataques em, as autoridades francesas começaram a montar o cenário dos atos coordenados. Um dos suspeitos entrou recentemente na Europa como um imigrante sírio. Os investigadores franceses ligaram os restos mortais de um dos terroristas suicidas que detonou os explosivos perto do estádio nacional Stade de France a um passaporte sírio que foi usado para entrar na Europa e pedir asilo. Autoridades gregas disseram que o titular do passaporte encontrado no estádio perto de Paris havia sido registrado como refugiado na ilha de Leros em 3 de outubro.
O promotor François Molins disse no sábado que o grupo terrorista era composto por sete membros, e não oito como seu escritório havia dito na sexta-feira. Ele confirmou que um passaporte sírio foi encontrado perto de um dos terroristas, mas não confirmou se era dele, pois não estava autorizado a dar detalhes da investigação.
Os investigadores franceses estão trabalhando em conjunto com belgas depois de descobrirem que um carro usado no ataque ao Bataclan foi alugado por Salah Abdeslam. O homem, de 26 anos, teria nascido em Bruxelas e estaria em fuga. Na tarde de sábado, a polícia deteve o irmão e o pai dele para interrogatório. Sob as regras antiterrorismo da França, eles podem ser mantidos em custódia por 96 horas antes de os promotores apresentarem queixa ou libertá-los.
 

Três dos sete homens-bomba eram franceses, aponta polícia

Três dos sete suicidas mortos nos ataques de Paris eram cidadãos franceses, de acordo com a polícia, assim como uma das sete pessoas detidas na Bélgica suspeitas de estarem ligadas com os ataques. Uma autoridade francesa confirmou que o terrorista identificado através de uma digital estava vivendo em um subúrbio de Paris.
Uma autoridade belga disse que dois homens-bombas franceses moravam em Bruxelas, assim como o homem detido. As novas informações destacaram crescentes temores de um possível lar terrorista na França, um país que tem exportado mais jihadistas do que qualquer outro na Europa.

Primeiro-ministro diz que 26 corpos ainda não foram identificados

O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, disse ontem que 26 corpos das vítimas dos atos terroristas ainda não tinham sido identificados. Ao todo, 103 corpos já possuem identificação.
Na manhã de ontem, Valls se reuniu com as famílias das vítimas na Ecole Militaire, um edifício histórico no 7º distrito de Paris, que foi designado para hospedar os familiares. "Existem famílias que estão destruídas pela dor e pelo desaparecimento de um ente querido. Outras famílias sabem que seu filho morreu, mas não tenho mais notícias nesta fase, porque a identificação ainda não foi totalmente concluída", disse ele.

Ataque contra 'capital da prostituição e obscenidade', afirma Estado Islâmico

A facção terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou no sábado a autoria dos atentados simultâneos em Paris. "A França será impiedosa em sua resposta ao Estado Islâmico", afirmou o presidente francês François Hollande. "Foi um ato de absoluta barbaridade. A França é forte, e, mesmo em luto, nada vai destruí-la", disse o presidente.
Comunicado atribuído ao EI afirma que os locais dos ataques - uma casa de shows, bares, restaurantes e arredores de um estádio de futebol - foram escolhidos cuidadosamente por seus membros. O texto chama Paris de "capital da prostituição e obscenidade".
O mesmo texto declara ainda que os atentados são uma resposta ao governo francês pelos ataques aéreos em territórios ocupados pela milícia. Desde o fim de setembro, a França tem participado da coalizão de ataques aéreos contra o EI na Síria. Um bombardeio francês destruiu, por exemplo, um centro de treinamento da facção no Leste sírio.
Em Damasco, o presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que a política no Oriente Médio de alguns países ocidentais, como a França, também é responsável pela expansão do terrorismo. "O que a França sofreu com o terrorismo selvagem é o que o povo sírio vem passando há cinco anos", afirmou, citando a guerra civil no país.