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Governo Federal

- Publicada em 26 de Outubro de 2015 às 19:09

Delfim Neto defende a continuidade de Dilma

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto afirmou que "o melhor" para o crescimento do País e a democracia é a continuidade do governo Dilma Rousseff. "Mas isso exige que Dilma assuma o protagonismo" da situação econômica do País, a fim de trazer à sociedade "a esperança" de que o crescimento vai voltar. "Isso vai induzir os trabalhadores ao entendimento de que o risco de desemprego é menor. E essa esperança só pode ser dada por Dilma", disse.
O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto afirmou que "o melhor" para o crescimento do País e a democracia é a continuidade do governo Dilma Rousseff. "Mas isso exige que Dilma assuma o protagonismo" da situação econômica do País, a fim de trazer à sociedade "a esperança" de que o crescimento vai voltar. "Isso vai induzir os trabalhadores ao entendimento de que o risco de desemprego é menor. E essa esperança só pode ser dada por Dilma", disse.
"Não há a menor esperança de ter equilíbrio fiscal sem a volta da esperança do crescimento", ressaltou Delfim. Para ele, Dilma deveria ir ao Congresso e apresentar quatro ou cinco projetos que pudessem modificar problemas estruturais da economia.
"É preciso que fixe um limite superior para a aposentadoria. Também é necessário que libere a livre negociação, como a proposta da CUT, entre trabalhadores e empresários, com a supervisão dos sindicatos", sugomentou.
O ex-ministro destacou ainda que é fundamental acabar com vinculações de receitas, bem como com a indexação de reajustes do salário-mínimo, baseada na inflação passada. "Sem isso, não tem solução", apontou. "Ninguém vai fazer ajuste, e a inflação vai voltar para 4,5% só quando entendermos que é preciso uma coordenação muito melhor entre as políticas monetária e fiscal, bem como da administração da dívida pública."
Delfim também destacou que a continuidade do governo Dilma até o final do seu mandato, em 2018, é fundamental para a democracia. "A melhor coisa para o crescimento do Brasil é cumprir as instituições e os ditames da Constituição. Só isso permite crescer de 1% a 2% por 10 anos", afirmou.
O ex-ministro avalia que a presidente Dilma "se perdeu em 2012, quando tinha 92% de aprovação da sociedade". Para ele, com a alta popularidade, Dilma avaliou que poderia fazer várias mudanças na economia, como "controlar a taxa de juros arbitrariamente e fazer um movimento na área de energia, que foi um desastre". "Em 2014, ocorreu desarranjo fiscal, que levou o déficit nominal de 3% para perto de 7% do PIB, para se eleger", afirmou.
Na avaliação do ex-ministro, não há justificativa para um impeachment da presidente baseado no adiamento do pagamento de despesas pelo governo, o que é conhecido como pedalada fiscal. "Se tivesse acontecido um desvio de conduta, não há o menor problema. Mas não da forma como está sendo colocado", disse.
"As pedaladas existiram, sempre existiram, feitas por estados, municípios e União", acrescentou. Delfim classificou a tese de impedimento em tais circunstâncias de "tapetão inventado."
"O Brasil não é uma pastelaria, é uma nação civilizada. Durar este governo até 2018 é um processo didático. É aprender que voto tem consequência", disse.
Para o ex-ministro, a Operação Lava Jato é positiva para a sociedade, especialmente para a gestão das empresas privadas. "É um ponto de inflexão, que vai mudar tudo, inclusive o setor privado. Ela mostra que existe o compliance. E isso já mudou na administração de todas as empresas", afirmou.
Delfim também defendeu a Constituição de 1988, avaliando que ela tornou o Brasil mais justo. "Saúde e educação são para todos", disse. O ex-ministro se mostrou ainda otimista com o Brasil. "Eu, há 60 anos, enfrento crises e causei algumas delas", disse. "Um sujeito de 88 anos pessimista seria um idiota", concluiu.

Wagner vê benefícios em pedaladas para financiar empresas

Ministro Jaques Wagner aponta possibilidade de geração de empregos

Ministro Jaques Wagner aponta possibilidade de geração de empregos


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), defendeu ontem as chamadas pedaladas fiscais para financiar grandes empresas por meio de juros subsidiados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).
Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou ontem que cerca de 35% dos valores envolvidos nas pedaladas estão relacionados a financiamentos a empresas e produtores rurais de médio e grande porte, contrariando a versão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da presidente Dilma Rousseff (PT) de que as pedaladas tiveram por objetivo pagar programas sociais como o Bolsa Família.
Para Wagner, o financiamento a grandes empresas com juros subsidiados possibilitou investimentos e geração de empregos em regiões pobres. "Fui governador (da Bahia) e sou testemunha de que não teriam chegado muitas empresas em meu estado se o Bndes não bancasse esses investimentos com juros compatíveis com o mercado internacional", afirmou.
Segundo Wagner, quem acusa o governo de "pedalada" com o Bndes "não enxerga o objetivo final" da política. "Cada empresa dessa para a qual foi oferecida uma taxa de juros compatível (com os investimentos necessários) gerou riqueza e emprego. Todo mundo usa isso", disse.
O ministro, no entanto, reconheceu que a fragilidade das contas do governo reduziu a capacidade de o governo viabilizar financiamento com juros subsidiados. "O governo hoje tem menos musculatura para fazer equalizações desse tamanho. Vamos ter que modular o programa."