O presidente da comissão provisória que comanda o PSDB gaúcho, Nelson Marchezan Jr., preferiu não se manifestar a respeito da criação do movimento PSDB Democrático, criado na semana passada por um grupo descontente com a instauração do comando transitório da sigla. "Não é uma pauta do PSDB estadual, não tem o que manifestar. A nossa pauta é construtiva, estou cumprindo a missão de tornar o partido, no Estado, democrático", afirma Marchezan.
O grupo presidido por Marchezan Jr., foi indicado pela executiva nacional do PSDB no mês de junho. A ex-governadora Yeda Crusius (PSDB) classificou a comissão como uma "junta interventora dos tempos da ditadura". O único vereador tucano na Capital, Mário Manfro, anunciou que pode deixar o partido. O movimento se diz "angustiado com a falta de perspectiva do exercício da democracia interna no âmbito do PSDB gaúcho" em seu manifesto de criação.
O deputado estadual Lucas Redecker que deveria ser o candidato oposicionista a Marchezan no pleito ao diretório estadual, cancelado pela executiva nacional também pertence à comissão provisória, mas diz que não está autorizado a falar pela comissão provisória.
"Se quiserem um posicionamento, têm que falar com o presidente. Eu, particularmente, seria candidato à oposição do Marchezan e estou tentando ajudar o partido. Tenho relações tanto com a executiva quanto com os deputados que fazem esse movimento contrário. Não quero entrar nessa divisão no momento", pondera.
Redecker explica que prefere concentrar-se nas próximas eleições do que necessariamente nos movimentos que se formam internamente. Para ele, opiniões diversas são saudáveis. "Dentro de todos os partidos existem pontos convergentes e divergentes. O PSDB é um partido democrático, as pessoas têm o direito de expressar sua opinião. O que devemos ter em mente é que temos que colocar em primeiro lugar a sigla", afirma.
As intervenções da executiva nacional iniciaram-se em maio, com a desautorização da convenção que elegeu o vereador Mário Manfro (PSDB) para o diretório municipal da Capital. A nomeação da comissão provisória pelo PSDB nacional aconteceu após o cancelamento da eleição que instituiria o comando do diretório estadual do partido, que estava prevista para o dia 14 de junho. Após um adiamento, o partido optou por cancelar o pleito. De acordo com o movimento PSDB Democrático, a comissão provisória deve permanecer à frente do diretório estadual do partido até 2017.