Para Darcísio Perondi, um dos integrantes do grupo de deputados de oposição que lançaram uma petição a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT), "a análise dele (Rigotto) é precária", referindo-se à afirmação do ex-governador de estar vendo partidos "sem nenhuma responsabilidade no que estão votando no Congresso Nacional e que são capazes de derrubar vetos, o que é um caos".
De acordo com Perondi, "essa observação dele vale para o PT, que votou na Câmara e no Senado pelo 'trem da alegria' dos procuradores e advogados' (sobre o reajuste salarial para o Poder Judiciário e o efeito cascata decorrente da medida)".
O deputado também salientou que irá votar a favor dos vetos presidenciais "porque o mais importante é o Brasil". Em relação aos vetos, o colega de bancada de Perondi na Câmara Federal, Osmar Terra, disse que eles são "fruto de questões já votadas e aprovadas pela Casa. São questões que tanto o Senado quanto a Câmara deram um entendimento majoritário sobre a importância daquilo", defendeu. O parlamentar disse ser a favor da manutenção da desoneração do óleo diesel, um dos vetos da presidente. "Estou aberto se o governo sugerir um aumento de impostos para a área, mas não no diesel", disse.
No entanto, Terra manifestou concordância quanto à crítica de Rigotto de que o PMDB, "em vez de debater as grandes questões nacionais, fica discutindo espaço, nacos do governo". Para o deputado, o ex-governador "tem todo o direito (de criticar). Ele sempre lutou para que o PMDB tenha um protagonismo maior, que não seja um partido vassalo do PT", pontuou, salientando que "nós temos essa visão crítica dentro do partido e estamos lutando para mudá-lo, contando com ele para isso também".
Em relação ao pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT), criticado por Rigotto, e que ganha força com a reprovação das contas do governo ocorrida nesta quarta-feira, ambos os deputados citaram o pedido de impeachment protocolado pelo fundador do PT Hélio Bicudo e o jurista Miguel Reale Júnior.
"Nada será votado no Congresso que atente contra a Constituição. Eles não iriam fazer um pedido de impeachment que fosse contrário à Constituição. Se estava faltando um fato objetivo, tivemos (na rejeição do Tribunal de Contas da União das pedaladas fiscais)", afirmou Terra. Perondi disse que "fazer impeachment não é um jogo, é um procedimento muito sério, mas não é golpe, e está fundamentado na Constituição", completou.