Em um acordo de bancadas, os vereadores de Porto Alegre aprovaram, na tarde de ontem, uma emenda ao projeto que prevê as diretrizes orçamentárias do município, o envio dos recursos excedentes do orçamento do Legislativo no exercício do ano de 2015 a projetos específicos e não ao caixa do município, como de costume. Nesse sentido, 70% será destinado a creches comunitárias do município e 30% ao centro obstétrico do Hospital Presidente Vargas.
A principal preocupação da vereadora Sofia Cavedon (PT), que propôs que os valores fossem revertidos a creches comunitárias, era a concentração do valor em projetos nos quais houvesse mudanças significativas com o acréscimo do valor que varia entre
R$ 2 milhões e R$ 3 milhões ao ano. Alguns colegas de Parlamento justificavam a necessidade de investimentos em saúde.
"Esse dinheiro não faz cócegas na saúde do município como um todo, mas para as creches significa tudo", argumentou a vereadora petista, durante a construção do texto. Para transpor as divergências entre os vereadores, foi acordada a divisão dos valores e a concentração da verba destinada à saúde a uma área específica do hospital.
A sugestão da obstetrícia do Hospital Presidente Vargas foi dada pelo vereador Claudio Janta (SD) e acatada pelos demais colegas de plenário. "A saúde está um caos. A presidente cortou verbas e a maternidade passa por muitas dificuldades", afirma Claudio Janta.
Além da intermediação feita pelo líder do governo, vereador Kevin Krieger (PP), e da líder de oposição, Jussara Cony (PCdoB), também interviu o ex-secretário da Saúde do município, Carlos Casartelli (PTB). Na avaliação do parlamentar, ambas as pautas são fundamentais e a solução encontrada foi correta.
"São duas das mais importantes áreas (Saúde e Educação) de fazer com que haja o progresso de uma sociedade. Quem pede recurso para Educação Infantil está corretíssimo, mas a saúde também é importante", pondera o vereador.
A sessão chegou a ser interrompida por cinco minutos para que a emenda pudesse ser retificada.