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Operação Lava Jato

- Publicada em 01 de Outubro de 2015 às 18:43

Contas de Cunha na Suíça somam quase US$ 5 milhões

A Suíça congelou perto de US$ 5 milhões em ativos em nome do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de seus parentes. Uma auditoria interna do banco que guarda esses valores, cuja identificação não foi divulgada, foi responsável pelo informe que levou à abertura de ação criminal no país europeu por suspeita de lavagem de dinheiro.
A Suíça congelou perto de US$ 5 milhões em ativos em nome do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de seus parentes. Uma auditoria interna do banco que guarda esses valores, cuja identificação não foi divulgada, foi responsável pelo informe que levou à abertura de ação criminal no país europeu por suspeita de lavagem de dinheiro.
Essa investigação foi enviada ontem pelo Ministério Público suíço à Procuradoria-Geral da República (PGR) no Brasil. A instituição financeira entregou aos procuradores da Suíça, em abril de 2015, um informe em que apontava para as irregularidades e fazia duas constatações: Cunha havia criado uma estrutura para tentar esconder seu nome em quatro contas secretras, e a renda movimentada era muito superior à que o peemedebista havia declarado como salário.
O alerta deu um início a uma investigação formal, que resultou em um congelamento dos ativos de Cunha e de parentes em diversas contas. "O escritório do procurador-geral da Suíça confirma que abriu um processo criminal contra Eduardo Cunha sob a base de suspeita de lavagem de dinheiro, ampliando em sequência para corrupção passiva", indicou o MP suíço.
"Em abril de 2015, a Procuradoria recebeu um informe de lavagem de dinheiro por um banco suíço", confirmou o escritório do procurador Michael Lauber. A Suíça investiga pagamentos relacionados à Petrobras desde março de 2014, quando foi deflagrada no Brasil a Operação Lava Jato. No caso de Cunha, a confirmação veio justamente do informe de um banco. "Depois de abrir um processo, os ativos de Eduardo Cunha foram congelados", confirmaram as autoridades suíças.

Peemedebista decide cancelar viagem oficial à Itália

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou que desistiu da viagem que faria, a partir desta quinta-feira, à Itália após autoridades da Suíça enviarem ao Brasil dados de quatro contas secretas que pertenceriam a ele e a seus familiares.
O peemedebista tornou-se alvo de inquérito aberto pelo Ministério Público suíço, em abril deste ano, por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou que pretende dar continuidade à investigação iniciada pela Suíça.
O fio da meada que levou a registros bancários de Cunha na Suíça foi o rastreamento de recursos que circularam por contas do lobista João Augusto Henriques. Ligado ao PMDB e preso pela Operação Lava Jato em 21 de setembro, ele admitiu ter depositado dinheiro numa conta que tinha Cunha como beneficiário.
Cunha nega que a desistência tenha relação com a nova denúncia. Segundo ele, a viagem foi desmarcada para que ele possa comparecer ao casamento do senador Romero Jucá (PMDB-RR), de quem é amigo, no sábado.
Segundo relatos, porém, ele afirmou que precisa "enfrentar a situação" e não poderia ser acusado de "estar fugindo" neste momento. Disse, ainda, que a denúncia contra ele por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato é "problema seu e cabe a ele resolver".
Cunha embarcaria no fim da tarde desta quinta-feira para o país, passando por Milão e Roma, onde participaria do Fórum Parlamentar Itália-América Latina e Caribe. Conforme deputados próximos ao deputado, ele desistiu da viagem ainda na quarta-feira e comunicou a decisão por volta das 21h30min, após sessão do plenário.