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Opinião

- Publicada em 06 de Outubro de 2015 às 18:13

Parceria Transpacífico deixa Mercosul à deriva

Os Estados Unidos (EUA) e mais 11 países que negociavam a Parceria Transpacífico (Trans-Pacific Strategic Economic Partnership, TPP, na sigla em inglês) chegaram a um consenso. Com isso, foi liberado o caminho para o maior acordo de livre-comércio da história. O pacto visa derrubar barreiras comerciais e estabelecer padrões comuns para os 12 países EUA, Canadá, México, Austrália, Brunei, Chile, Japão, Cingapura, Malásia, Nova Zelândia, Peru e Vietnã.
Os Estados Unidos (EUA) e mais 11 países que negociavam a Parceria Transpacífico (Trans-Pacific Strategic Economic Partnership, TPP, na sigla em inglês) chegaram a um consenso. Com isso, foi liberado o caminho para o maior acordo de livre-comércio da história. O pacto visa derrubar barreiras comerciais e estabelecer padrões comuns para os 12 países EUA, Canadá, México, Austrália, Brunei, Chile, Japão, Cingapura, Malásia, Nova Zelândia, Peru e Vietnã.
A TPP, que englobará 40% da economia mundial, contribuirá para uma reformulação da indústria e influenciará desde o preço do queijo até o custo dos tratamentos de câncer. O acordo estabelece reduções tarifárias para centenas de itens de importação, que vão desde carne de porco e bovina no Japão até caminhonetes nos EUA.
A TPP estabeleceu padronizações mínimas para temas diversos que vão desde os direitos trabalhistas à proteção ambiental, além de estabelecer critérios para disputas entre governos e investidores estrangeiros, sem a necessidade de envolver os tribunais nacionais.
O presidente Barack Obama comemorou o fechamento do acordo, afirmando que "reflete os valores norte-americanos, prioriza os interesses dos trabalhadores e permitirá ao país exportar mais produtos com o selo Made in America para todo o mundo". O acordo precisa da aprovação dos órgãos legislativos de todos os países envolvidos. Caso seja ratificada pelo Congresso dos Estados Unidos, a TPP poderá se tornar um dos maiores legados de Obama, que deixa o cargo no próximo ano.
As economias de Japão e EUA são quase siamesas, desde que o Tio Sam ocupou, e dominou economicamente, o Japão de pós-guerra, além das profundas relações comerciais, preferencialmente, entre EUA, México e Canadá, no âmbito do Nafta. O mesmo raciocínio pode ser atribuído a Austrália e Nova Zelândia. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, declarou que o tratado é uma "política clarividente para todos os países participantes, que compartilham os valores e almejam a construção de uma zona econômica livre e justa, abrindo um novo século de prosperidade e esperando que a China se una ao bloco, nos próximos anos".
Enquanto isso, o Mercado Comum do Sul, Mercosul, tem se mostrado, ao longo dos anos, mais uma frente contra os EUA do que, realmente, uma associação para integrar, na área comercial, tecnológica e de circulação de pessoas os países-membros. Continuamos com discursos, frases de efeito, mas nada práticos em termos de negócios, de organização e de planejamento, tanto internamente nos países do bloco como com outros grupos.
Para o final deste ano está previsto o fechamento da proposta do Mercosul para um acordo de livre comércio com a União Europeia, algo debatido e motivo de reuniões há muitos anos. O Brasil, ao mesmo tempo, tem distribuído benesses financeiras em obras que vão de um porto em Cuba à refinaria conjunta jamais paga pela Venezuela em Pernambuco, e outras iniciativas à esquerda e à direta, mais à esquerda, geralmente.
Pois, hoje, o Mercosul, principalmente o Brasil, enfrenta a formidável opção de uma união de livre comércio chamada Transpacífico liderada pelos EUA e o Japão. Novamente, ficamos nas boas intenções nos discursos, no antiamericanismo e, de prático, muito pouco. O Mercosul pode ter visto seu atestado de óbito assinado bem longe, lá na Ásia, com a participação do bem mais pragmático Chile e quem diria também do Peru. Ficamos à deriva.
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