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Internacional

- Publicada em 29 de Outubro de 2015 às 15:24

China põe fim à política do filho único

Projeções para 2040 indicam dois chineses adultos economicamente ativos para cada aposentado

Projeções para 2040 indicam dois chineses adultos economicamente ativos para cada aposentado


FREDERIC J. BROWN/AFP/JC
Em uma decisão histórica, a China anunciou, nesta quinta-feira, que o Partido Comunista decidiu abolir a política do filho único, permitindo que casais tenham até dois filhos. A medida visa reverter o envelhecimento demográfico do país mais populoso do mundo. A decisão foi anunciada após quatro dias de reuniões para definir as diretrizes econômicas dos próximos cinco anos.
Em uma decisão histórica, a China anunciou, nesta quinta-feira, que o Partido Comunista decidiu abolir a política do filho único, permitindo que casais tenham até dois filhos. A medida visa reverter o envelhecimento demográfico do país mais populoso do mundo. A decisão foi anunciada após quatro dias de reuniões para definir as diretrizes econômicas dos próximos cinco anos.
A política do filho único passou a valer em 1979 para conter a explosão demográfica, mas causou um desequilíbrio e agravou o problema do envelhecimento. Naquele ano, o país tinha 969 milhões de habitantes e uma taxa de nascimento de 2,81 filhos por mulher. Atualmente, a China possui mais de 1,3 bilhão de habitantes e os últimos dados indicam 1,66 nascimento por mulher.
Em 2007, havia seis adultos economicamente ativos para cada aposentado. Até 2040, essa proporção deve cair a dois para um. Além disso, há o impacto social negativo, como a discriminação de gênero. Como meninos são preferidos, aumentou a prática do infanticídio de meninas. Por esse motivo, os médicos são proibidos de revelar o sexo do bebê durante a gravidez.
Wang Feng, especialista em demografia e sociedade chinesa, avalia que a mudança é "um evento histórico" que vai alterar a dinâmica mundial, mas terá um impacto muito limitado na questão do envelhecimento populacional. "É um evento que estávamos esperando por uma geração, mas tivemos que esperar tempo demais para que ele chegasse", disse Wang. "Não vai ter qualquer impacto na questão do envelhecimento, mas vai mudar o caráter de muitas famílias jovens", completou.
Ocasionalmente, a política incluiu medidas ainda mais duras de repressão à natalidade, como esterilizações e abortos forçados. Casais que têm mais de um filho são punidos com multas e, inclusive, correm o risco de perder o emprego. Ao longo dos anos, concessões foram abertas para minorias étnicas e populações rurais.
Em novembro de 2013, o governo relaxou a política para conter o envelhecimento da população. Entretanto, a flexibilização atraiu menos interessados do que o governo e especialistas chineses esperavam. A permissão para ter um segundo filho se aplicava a casais em que um dos pais é filho único.
Segundo a mídia estatal, cerca de 30 mil famílias em Pequim se candidataram a ter um segundo filho, o que representa 6,7% das que poderiam pedir a autorização. A administração local afirmou, em janeiro, que esperava 54,2 mil nascimentos a mais por ano em virtude do relaxamento das regras.
O alto custo de ampliar a família é apontado pela maioria como o motivo para desistir da ideia. Usuários do serviço de microblog chinês Weibo, em geral, elogiaram o fim da política do filho único, mas muitos afirmaram que não optariam por uma segunda criança.
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