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Argentina

- Publicada em 25 de Outubro de 2015 às 19:02

Boca de urna indica Scioli e Macri no segundo turno em disputa presidencial

Governador da província de Buenos Aires (e) e prefeito da capital devem brigar por votos em novembro

Governador da província de Buenos Aires (e) e prefeito da capital devem brigar por votos em novembro


EITAN ABRAMOVICH/AFP/JC
Mais de 32 milhões de argentinos foram às urnas ontem para decidir quem será o sucessor de Cristina Kirchner na presidência do país. Pesquisas de boca de urna apontavam um provável segundo turno. Na Argentina, o candidato precisa obter 45% dos votos ou 40% e vantagem de dez pontos sobre o segundo lugar para vencer no primeiro pleito.
Mais de 32 milhões de argentinos foram às urnas ontem para decidir quem será o sucessor de Cristina Kirchner na presidência do país. Pesquisas de boca de urna apontavam um provável segundo turno. Na Argentina, o candidato precisa obter 45% dos votos ou 40% e vantagem de dez pontos sobre o segundo lugar para vencer no primeiro pleito.
Conforme o Ipsos, o governista Daniel Scioli teria 39,7% dos votos contra 32,5% do segundo lugar, o opositor Mauricio Macri. Outras duas pesquisas, a Bacman (40,9% contra 31,4%) e a Aurelio (41,1% e 31,1%) também indicavam que a decisão ficaria para uma segunda votação.
O terceiro lugar nas projeções é do peronista de centro-direita Sergio Massa, com percentual girando ao redor dos 20%. A disputa inclui ainda a progressista Margarita Stolbizer, o ex-presidente Adolfo Rodríguez Saá e Nicolás del Caño, da Frente de Esquerda.
Caso Scioli consiga o índice necessário para a conquista já neste domingo, será a primeira vez na história argentina que não haverá segundo turno, previsto para ocorrer em 22 de novembro. Independentemente de quem sair vitorioso, especialistas na política do país vizinho indicam que a Argentina que virá após o dia 10 de dezembro, quando toma posse o eleito, se posicionará mais ao centro do espectro político.
Tanto Scioli quanto Macri falam em abertura do país para investimentos, retirada de travas no comércio exterior, necessidade de ajustes (rápidos ou graduais) na economia e na diminuição dos enfrentamentos com a oposição e os meios de comunicação.
Os eleitores argentinos também decidiram ontem a renovação de metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, além de governadores de 11 províncias e, pela primeira vez, parlamentares do Mercosul, o bloco econômico da região.
Mais de 100 mil membros das forças policiais argentinas atuaram na segurança. Já a oposição mobilizou milhares de militantes para fiscalizar as mesas de votação, diante das denúncias de irregularidades em votações nas províncias neste ano. A Câmara Nacional Eleitoral também fortaleceu medidas para garantir a transparência da votação, como maior controle nas cabines de votação, acompanhamento por GPS dos caminhões que levam as cédulas e cópias adicionais das atas eleitorais.
As urnas das 95 mil mesas de votação foram fechadas às 18h (19h em Brasília) e a previsão é que os primeiros resultados fossem divulgados no início da madrugada desta segunda-feira.

Scioli fala em voto com razão e coração; Macri defende mudança

Daniel Scioli, governador peronista da província de Buenos Aires, é o sucessor escolhido pela atual presidente, Cristina Kirchner, a figura política mais influente da Argentina, cuja gestão tem cerca de 40% de aprovação. Scioli, um ex-piloto de barco que perdeu seu braço direito em uma competição em 1989, se apresenta como o único que continuará com as políticas de Kirchner, mas também como aquele que irá reparar o que não está funcionando.
"Sou grato a todos os que me ajudaram a chegar até aqui, sob todos os pontos de vista, emocionalmente, espiritualmente, que me deram suporte. Então, eu tenho muita fé que as pessoas votam com a razão e o coração", disse Scioli, acompanhado por sua esposa Karina Rabolini, depois de votar em uma escola em um subúrbio ao Norte da capital.
O principal candidato da oposição é o conservador Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires, que se intitula como aquele que vai colocar a economia da Argentina em ordem. Ele prometeu que chegará a um acordo com os credores norte-americanos - a quem Cristina chama de "abutres" -, suspenderá as impopulares restrições à compra de dólares e corrigirá a taxa de câmbio. "Hoje, a Argentina vota para seguir igual ou mudar a sua história", disse Macri, da frente Cambiemos.

Cristina diz que cumpriu promessa de deixar Argentina como 'país normal'

A presidente argentina em final de mandato, Cristina Kirchner, disse ontem estar muito satisfeita com os 12 anos de governo kirchnerista e anunciou que se dedicará a militância assim que deixar o cargo, no próximo dia 10 de dezembro. Cristina, que assumiu a presidência após quatro anos de mandato de seu marido, Nestor Kirchner (1950-2010), está há oito anos no poder. Ela votou em um colégio eleitoral na cidade de Río Gallegos, rodeada de jornalistas, apoiadores e um aparato montado especialmente para ela com as cores da bandeira do país.
A presidente disse estar emocionada por sentir que seu partido, a Frente para a Vitória, cumpriu a promessa de seu marido ao assumir a Casa Rosada, em 2003: dar aos argentinos um país normal. "Hoje, não há ninguém que tenha medo do cenário econômico, ninguém com medo de perder seu trabalho, estamos em um país com pleno emprego, com os índices mais baixos de desemprego de toda a história para este último trimestre, com uma atividade econômica e um crescimento econômico único na América Latina."
No governo, os Kirchner tiraram a Argentina do colapso, após a crise de 2001. Seu principal feito foi ter reduzido a pobreza, que, no início de seu governo, engolia mais da metade da população, para os atuais 28%.