O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, proibiu, na quinta-feira, membros de seu gabinete e parlamentares judeus de visitar a Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém, para evitar a escalada de tensão verificada nas últimas semanas. A justificativa para proibir que autoridades israelenses visitem o lugar sagrado para muçulmanos e judeus tem precedentes. O local tem sido um dos focos de confrontos entre palestinos e as forças de segurança nas últimas semanas.
A visita de membros do governo poderia ser percebida pelos palestinos como uma provocação, pois, em 2000, quando Ariel Sharon, às vésperas de ser eleito premiê de Israel, visitou a Esplanada, teve início uma revolta popular conhecida como Segunda Intifada, que deixou 3.200 palestinos mortos.
A medida pôs Netanyahu em rota de colisão com membros linha-dura de seu gabinete conservador. Eles pressionam o premiê para responder à onda de violência com repressão policial e a expansão dos assentamentos nos territórios palestinos. Netanyahu teme que uma ofensiva contra os palestinos deixe um número grande de mortos.
Nesta quinta-feira, também foram registrados ataques de palestinos contra israelenses em Jerusalém e no assentamento judaico de Kiryat Arbain, na Cisjordânia. Em Jerusalém, um adolescente palestino esfaqueou um seminarista israelense no pescoço, deixando-o gravemente ferido. O jovem foi preso em seguida. Na Cisjordânia, um palestino esfaqueou a barriga de um israelense, que também ficougravemente ferido. O agressor está foragido.
Uma série de ataques deixou quatro israelenses mortos na última semana em Jerusalém e na Cisjordânia. No mesmo período, cinco palestinos foram mortos, alguns deles após atacarem judeus, e mais de 160 ficaram feridos, a maioria em confrontos com as forças de segurança de Israel. A crescente tensão entre palestinos e israelenses é vista por alguns analistas como indício de que estaria em curso uma Terceira Intifada.