Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Conflito

- Publicada em 06 de Outubro de 2015 às 15:21

Otan acusa Rússia de ajudar Assad

Após bombardeios, Moscou estaria ampliando sua presença na Síria

Após bombardeios, Moscou estaria ampliando sua presença na Síria


DELIL SOULEIMAN/AFP/JC
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) acusou ontem a Rússia de enviar mais soldados a suas bases na Síria e de reforçar sua presença naval no Mar Mediterrâneo enquanto bombardeia partes do país árabe. A acusação foi feita depois que a aliança militar ocidental rejeitou a explicação de Moscou sobre as duas invasões feitas por caças russos ao espaço aéreo da Turquia. As aeronaves participavam da ofensiva militar no norte da Síria.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) acusou ontem a Rússia de enviar mais soldados a suas bases na Síria e de reforçar sua presença naval no Mar Mediterrâneo enquanto bombardeia partes do país árabe. A acusação foi feita depois que a aliança militar ocidental rejeitou a explicação de Moscou sobre as duas invasões feitas por caças russos ao espaço aéreo da Turquia. As aeronaves participavam da ofensiva militar no norte da Síria.
Segundo o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, há provas substanciais do reforço feito pelos russos por terra e mar. As tropas teriam sido enviadas às bases russas nas cidades sírias de Tartus e Latakia.
As unidades, que ficam próximas a redutos de apoiadores do presidente Bashar al-Assad, são usadas nas operações aéreas contra rebeldes moderados e o Estado Islâmico (EI). Elas também são resguardadas por navios russos no Mediterrâneo.
Semanas atrás, membros do governo norte-americano haviam afirmado que Moscou enviou tanques de guerra, armamento e cerca de 200 fuzileiros navais à Síria, além de alojamentos temporários e equipamentos de comunicação. Contudo, o país nega que vá participar do conflito em terra, embora reconheça a existência de russos entre combatentes dos dois lados da guerra, confirmando ter enviado 1.500 soldados e equipamentos de apoio aos ataques.
Ontem, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou qualquer envolvimento do governo na chegada de milicianos russos para ajudarem Assad. "Não tem nada a ver com a agenda do Kremlin", disse. Caso isso seja confirmado, há a possibilidade de se repetir na Síria o que aconteceu na Ucrânia. No país do Leste Europeu, os russos engrossaram os separatistas que enfrentam o governo aliado ao Ocidente.
Por outro lado, uma das justificativas de Moscou para bombardear a Síria é a presença de combatentes de repúblicas do Cáucaso, como a Chechênia, o Daguestão e a Inguchétia. Segundo o Kremlin, cerca de 2.500 originários destas regiões de maioria islâmica participam da guerra síria compondo milícias moderadas e radicais. A Síria e o grupo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos informaram que as forças russas e sírias bombardearam ontem alvos do EI na cidade moderna de Palmira, do lado das ruínas históricas. Moscou negou participação no ataque, que atingiu zonas habitadas por civis.

Iraque pede que o Estado Islâmico seja atacado pelas forças russas

Legisladores xiitas do Iraque e líderes de milícias pediram para a Rússia realizar ataques aéreos contra militantes do Estado Islâmico (EI) em seu país, acentuando os ataques já realizados pela campanha aérea liderada pelos Estados Unidos contra o grupo extremista. Desde que Moscou começou a bombardear os opositores do governo na Síria, na semana passada, legisladores e líderes de milícias têm pressionado o primeiro-ministro Haider al-Abadi a pedir para a Rússia intervir no Iraque.
O governo iraquiano informou, na semana passada, que havia selado um acordo com a Rússia, com o Irã e com o regime sírio para compartilhar inteligência em um esforço para combater o EI. "Nós damos boas-vindas aos ataques aéreos russos no Iraque para ajudar a combater a matriz do Estado Islâmico, com ataques direcionados às linhas de suprimentos vindos da Síria e linhas de contrabando de petróleo", disse Moeen al-Kadhimi, porta-voz da brigada Badr, milícia apoiada pelo Irã e partido político que desempenha um papel de primeira linha na luta contra o Estado Islâmico. "A Rússia tem tecnologia avançada militar e pode nos ajudar com sua inteligência", acrescentou.