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Internacional

- Publicada em 05 de Outubro de 2015 às 14:35

ONU vê possível crime de guerra

Integrantes da equipe e sete pacientes, sendo três crianças, foram vítimas

Integrantes da equipe e sete pacientes, sendo três crianças, foram vítimas


AFP/JC
A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou com veemência o ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos que atingiu um hospital da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Kunduz, no norte do Afeganistão. Os bombardeios, que aconteceram na madrugada de sábado, provocaram 22 mortes, incluindo integrantes da equipe médica, pacientes e outros civis.
A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou com veemência o ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos que atingiu um hospital da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Kunduz, no norte do Afeganistão. Os bombardeios, que aconteceram na madrugada de sábado, provocaram 22 mortes, incluindo integrantes da equipe médica, pacientes e outros civis.
Em pronunciamento em Genebra, o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, destacou a necessidade de uma investigação rápida e transparente da ofensiva militar. "Esse evento é extremamente trágico, indesculpável e possivelmente criminoso", ressaltou.
De acordo com a MSF, os ataques aéreos teriam continuado por 30 minutos após forças pró-governo terem recebido informações de que estariam colocando em risco instalações médicas. "A seriedade do incidente é acentuada pelo fato de que, se for verificado como deliberado numa corte de Direito, um ataque aéreo a um hospital pode corresponder a um crime de guerra", afirmou Al Hussein.
Conforme o chefe das forças norte-americanas e da coalizão contra o Taliban no Afeganistão, general John F. Campbell, o ataque aéreo foi solicitado pelas forças afegãs. "Nós tomamos conhecimento agora de que, em 3 de outubro, forças afegãs nos informaram que estavam sob fogo de posições inimigas e pediram apoio de forças dos EUA", explicou Campbell.
"Um ataque aéreo foi então requisitado para eliminar a ameaça taliban, e diversos civis foram acertados acidentalmente. Esta versão é diferente dos relatos iniciais, que indicavam que forças dos Estados Unidos foram ameaçadas e que o ataque aéreo foi solicitado a pedido destes", salientou o general.
O comunicado não esclarece se outros erros, além da identificação errônea do hospital onde a ONG trabalha como alvo, foram cometidos. "Se erros foram cometidos, nós vamos admiti-los", declarou. O general se recusou a fornecer mais detalhes sobre o ocorrido, afirmando que uma investigação militar está em curso. Campbell, cujo centro de operações está alocado em Cabul, se encontrava em Washington ontem para prestar depoimento a duas comissões do Congresso ao longo da semana.
Além dos 22 mortos 12 funcionários e sete pacientes, três dos quais crianças , o ataque em Kunduz deixou ao menos 37 feridos. De acordo com a MSF, 100 pessoas estavam no prédio durante o bombardeio.
Na noite de sábado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou ter pedido ao Departamento de Defesa que o informasse sobre toda a investigação e que só se pronunciaria após o resultado. Ele prestou condolências às famílias das vítimas. O presidente afegão, Ashraf Ghani, manifestou "profunda tristeza" com as mortes. Já a ONG cobrou respostas para o bombardeio. "A MSF demanda uma explicação total e transparente da coalizão sobre suas atividades em Kunduz", disse a organização, em comunicado.
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