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Direitos Humanos

- Publicada em 22 de Outubro de 2015 às 22:29

Perfil do idoso ativo traz desafios para Porto Alegre

Prefeitura está realizando pesquisa de mapeamento da terceira idade

Prefeitura está realizando pesquisa de mapeamento da terceira idade


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Com o maior percentual de idosos entre as capitais do Brasil (18%), Porto Alegre vem enfrentando diversos desafios para tornar-se uma cidade que promova a qualidade de vida desta população. De acordo com a presidente do Conselho Municipal do Idoso (Comui), Dilciomar Rodrigues Teixeira, a prefeitura está desenvolvendo uma pesquisa para mapear o perfil das pessoas com mais de 60 anos que vivem na cidade. Um dos resultados já demonstrados é a existência de uma grande parcela de idosos ativos, que quer se inserir em atividades e busca alternativas para manter o convívio social e obter qualificação educacional.
Com o maior percentual de idosos entre as capitais do Brasil (18%), Porto Alegre vem enfrentando diversos desafios para tornar-se uma cidade que promova a qualidade de vida desta população. De acordo com a presidente do Conselho Municipal do Idoso (Comui), Dilciomar Rodrigues Teixeira, a prefeitura está desenvolvendo uma pesquisa para mapear o perfil das pessoas com mais de 60 anos que vivem na cidade. Um dos resultados já demonstrados é a existência de uma grande parcela de idosos ativos, que quer se inserir em atividades e busca alternativas para manter o convívio social e obter qualificação educacional.
Nesta quinta-feira, a Capital recebeu o título de Cidade Amiga do Idoso pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O título é inédito no Brasil e prevê uma série de compromissos que garantam a plena participação dos idosos na vida da comunidade e a promoção do envelhecimento saudável e ativo. Para Dilciomar, porém, assim como todas as cidades do Brasil e de outros países, a Capital ainda tem muito para fazer.
"Temos uma proposta muito bonita para os próximos anos, que já vem sendo realizada, mas que precisa ser aprimorada. Ela contempla todas as áreas, como segurança, educação, saúde, acessibilidade, e visa trazer uma melhor qualidade de vida. Para receber a certificação, a OMS solicitou a realização de uma pesquisa que vai dizer quem é o idoso da cidade e quais as suas necessidades", explica. Os resultados devem ser apresentados até o final do ano.
A presidente antecipa que um dos perfis encontrados é o do idoso que quer participar da comunidade, mas espera que se abram possibilidades. O conselho está trabalhando na busca de convênios com instituições que efetivem essa vontade promovendo ações para garantir a autonomia deles. Desde o ano passado, nove escolas participam de um projeto que aproxima as crianças dos asilos e residências, por meio da rede municipal de ensino. "Se tivermos uma boa educação dos pequenos, o idoso passará a ser respeitado", ressalta.
Na área de transporte público, está sendo elaborada uma ação para motoristas e cobradores no sentido de qualificar o tratamento da terceira idade dentro dos coletivos, assim como a melhora da acessibilidade para cadeirantes e das informações visuais. Na área da saúde, o foco é tentar inserir nos postos de saúde um médico geriatra para avaliar as especificidades dessas pessoas.
Para Dilciomar, além da implementação destas políticas, um dos grandes desafios é o respeito à terceira idade. "Precisamos fazer uma grande campanha que promova o respeito. A educação precisa ser coletiva, e o próprio idoso precisa ter consciência de que deve devolver este respeito", ressalta.

Instituto de Geriatria da Pucrs cria programa focado na saúde das pessoas com mais de 90 anos

A Capital não é líder apenas na concentração de idosos, mas também na dos longevos, que são as pessoas que já passaram dos 80 anos. O geriatra Ângelo Bós, professor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da Pucrs e vice-presidente do Comui, ressalta a criação, na universidade, de uma linha de pesquisa em saúde pública e envelhecimento. "Nos deparamos com uma situação peculiar, que foi o aumento do grupo com mais de 80 anos e 90 anos, sendo o crescimento destes últimos de 80%. Entretanto, o número de centenários diminuiu 1,4%. Fomos investigar os motivos e descobrimos que 93% das pessoas com mais de 90 anos não chegaram aos 100 anos", explica.
Falta de assistência médica e causas desconhecidas foram os fatores que levaram aos óbitos. Segundo Bós, a partir desta constatação, começou a ser criado um ambulatório para nonagenários. "A lista de espera é enorme. Escolhemos os que têm mais de 90 anos, população formada hoje por 5 mil pessoas em Porto Alegre. Começamos a escutar as famílias e ouvimos sobre as dificuldades de levar ao hospital, como condução e agravamento da saúde. A ideia é criar um instrumento que possibilite o acompanhamento dos longevos", explica.
Até março, o professor espera que o projeto esteja em funcionamento. "Levaremos um pequeno laboratório para as casas, com a construção de uma van equipada. Essa estrutura também irá disseminar o conhecimento obtido para outros estudantes. O objetivo final é criar uma política nova de assistência."