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Chuva

- Publicada em 15 de Outubro de 2015 às 22:37

Granizo provoca destruição no Rio Grande do Sul

Na cidade de Canoas, choveu mais de 80 milímetros em nove horas

Na cidade de Canoas, choveu mais de 80 milímetros em nove horas


IRENO JARDIM/DIVULGAÇÃO/JC
A chuva e a forte ventania que abalaram Porto Alegre na noite de quarta-feira e na madrugada desta quinta também afetaram muitas cidades do Interior do Rio Grande do Sul. Em algumas, a chuva começou ainda na tarde de quarta-feira, acompanhada de intensa queda de granizo. Em Rio Pardo, na região Central, uma mulher e o filho dela, de três anos, morreram devido à queda de uma árvore sobre a casa onde moravam.
A chuva e a forte ventania que abalaram Porto Alegre na noite de quarta-feira e na madrugada desta quinta também afetaram muitas cidades do Interior do Rio Grande do Sul. Em algumas, a chuva começou ainda na tarde de quarta-feira, acompanhada de intensa queda de granizo. Em Rio Pardo, na região Central, uma mulher e o filho dela, de três anos, morreram devido à queda de uma árvore sobre a casa onde moravam.
De acordo com a Defesa Civil do Estado, em alguns lugares, os ventos chegaram a 130 km/h. Às 19h desta quinta-feira, 530 mil clientes permaneciam sem energia elétrica. Dos 497 municípios gaúchos, 95 sofrem com as consequências dos eventos climáticos que atingem o Estado desde a semana passada. Entre os mais afetados, estão Rio Pardo, Cachoeira do Sul, Nova Santa Rita, Canoas, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo e São Jerônimo. A prefeitura de Cachoeirinha decretou estado de calamidade. Mil casas foram danificadas na cidade.
A Defesa Civil estima que, até a tarde desta quinta-feira, 31.044 residências tenham sido atingidas, 2.360 famílias estejam desalojadas e outras 1.410, desabrigadas. No total, são 130.384 pessoas afetadas de alguma maneira pelos temporais.

Ministro garante repasse de verba para municípios

O auxílio aos municípios atingidos pelas fortes chuvas das últimas semanas foi o tema do encontro desta quinta-feira entre o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, e o ministro da Integração Nacional interino, Carlos Vieira. As duas esferas estão investindo R$ 2,5 milhões em ajuda humanitária para a população mais afetada, em kits de alimentação, materiais de higiene e telhas para as casas. Até o momento da reunião, 26 cidades já haviam decretado situação de emergência por conta dos prejuízos e, devido à continuidade da chuva e do granizo, era esperado que mais municípios entrassem na lista.
Após a reunião, Vieira falou com a imprensa, mas não informou o valor que será repassado pelo governo federal para a reconstrução das cidades e nem a data do repasse. Apenas disse que não haverá falta de recursos e que técnicos estão avaliando os prejuízos e aguardando as prefeituras enviarem seus projetos com as demandas.
“Temos um modelo de atuação que se refere a duas grandes frentes, sendo a primeira a de ajuda humanitária, e a segunda, os programas para reconstrução das cidades. Nós já reconhecemos a situação dos 26 municípios que decretaram situação de emergência”, explicou.
O governo do Estado já tinha estocado 5 mil kits de auxílio, que estão sendo entregues. Foram solicitados mais 20 mil, que devem chegar ao Rio Grande do Sul até sábado. “Se precisar, editaremos uma nova portaria para que não faltem recursos”, ressaltou Vieira. Ele ressaltou que a União possui um crédito extraordinário, que não está previsto no orçamento, para dar uma resposta imediata para desastres naturais.
Técnicos do Ministério da Integração estão no Estado desde o dia 9 de outubro para auxiliar no levantamento de danos causados pelos temporais. O decreto de emergência é válido por seis meses e os municípios têm prazo de dez dias para apresentar relatórios de danos, que devem atingir os índices previstos pela legislação, para que o governo federal possa liberar recursos. Muitas prefeituras acham o prazo curto em proporção à quantidade de itens que precisam ser comprovados.
Questionado sobre a crítica dos prefeitos em relação à burocracia na liberação de recursos, o ministro garantiu que verbas foram enviadas no último ano para auxiliar os municípios, mas não precisou os valores. O prefeito de São Jerônimo, Marcelo Schreinert, rebateu dizendo que quem faz a frente junto com a Defesa Civil são as prefeituras, dando kits-rancho e colocando os funcionários para auxiliar a comunidade. “É muito importante que o ministro interino diga quando é que vai pagar. Eu fiz todos os planos de trabalho e não recebi dinheiro até hoje. Só em 2014, tivemos 107 planos feitos pelas prefeituras e entregues ao ministério, 86 deles foram considerados aptos e nenhum recebeu recursos. Nesse mesmo ano, vieram R$ 2 milhões para a conta do Estado e o governo devolveu para a União. Por isso, ficamos apreensivos”, argumentou.
Segundo Schreinert, mais de 70 cidades foram prejudicadas pelas chuvas da última semana e estão tentando decretar situação de emergência. “Nesta noite (de quarta-feira), a situação se agravou. Casas ficaram destelhadas por conta do granizo. Queremos que o repasse seja feito fundo a fundo para a área necessária. Não queremos dinheiro direto, mas que chegue para o fundo da saúde, da educação, e que seja investido na emergencialidade dessas áreas."

Canoas

Na cidade de Canoas, choveu mais de 80 milímetros em nove horas

Na cidade de Canoas, choveu mais de 80 milímetros em nove horas


IRENO JARDIM/DIVULGAÇÃO/JC
O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, estima que 10 mil casas tenham sido atingidas pela queda de granizo, principalmente nos bairros Niterói, Rio Branco e Mathias Velho. "Já decretamos situação de emergência para facilitar a vida das pessoas atingidas. Assim, fica autorizada a movimentação das contas vinculadas ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aos moradores que tiveram as casas danificadas", relata o prefeito. Em nove horas, o volume de água atingiu a marca de 81 milímetros mais do que o esperado para o mês. Durante a tarde de quinta, mais 100 milímetros caíram sobre a cidade. "Foi uma catástrofe como poucas vistas em Canoas", resume o prefeito.
Desde a madrugada desta quinta-feira, a prefeitura de Canoas, na Região Metropolitana, tem ajudado as famílias com a distribuição de lonas e mais de 14 mil telhas. "A queda de granizo foi muito intensa e danificou praticamente todos os telhados das casas nesses bairros", comenta Jorge. Até quinta-feira à noite, 1.500 famílias já tinham recebido a ajuda da prefeitura, outras 100 foram retiradas das residências, e cerca de 600 pessoas estavam abrigadas em ginásios, escolas e igrejas da cidade. Cerca de 300 pessoas estão mobilizadas para atender os desabrigados. As aulas foram suspensas, mas os hospitais seguem funcionando. Canoas ficou quase oito horas sem energia elétrica, fato que afetou o funcionando das sete casas de bombas. Para garantir o escoamento da água nos próximos dias, a prefeitura instalou geradores extras.

Rio Pardo

Árvore caiu sobre casa de madeira em Rio Pardo, matando duas pessoas

Árvore caiu sobre casa de madeira em Rio Pardo, matando duas pessoas


LULA HELFER/GAZETA DO SUL/JC
A região Central, onde fica Rio Pardo, foi a mais atingida pelo temporal. Na cidade, um pinheiro caiu sobre uma casa de madeira no bairro Jardim Boa Vista, vitimando Catiuce Severo de Oliveira, de 21 anos, e seu filho, Eduardo Severo, de 3 anos. O prefeito Fernando Schwanke já havia decretado situação de emergência na terça-feira à tarde em função da inundação. Até então, havia 180 famílias desabrigadas. Depois da forte queda de granizo, a prefeitura tem registro de 2.180 casas destelhadas. "Deve ter muito mais. A minha casa, por exemplo, foi atingida e não está registrada. Devem ser mais de 3 mil", calcula Schwanke.
Além de atender aos afetados pelo granizo, a prefeitura ainda mantém auxílio aos atingidos pela enchente. "Algumas pessoas saíram de suas residências por causa da cheia, foram para casa de amigos, e agora as casas dos amigos também foram afetadas", lamenta. As aulas também foram canceladas em Rio Pardo e o telhado do hospital da cidade foi arrancado, fazendo com que pacientes tivessem de ser transferidos para outros setores dentro do próprio local. Um concurso público, marcado para o domingo, foi adiado. Schwanke afirma que "nunca havia ocorrido uma tragédia como essa" e espera que o tempo firme nos próximos dias para que seja possível reorganizar o município.

Sapucaia do Sul

Granizo causou estragos em Sapucaia

Granizo causou estragos em Sapucaia


RAÍSSA SACCOMORI/DIVULGAÇÃO/JC
A queda de granizo também provocou estragos em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, e fez com que o prefeito da cidade, Vilmar Ballin, decretasse situação de emergência. Cerca de 45 mil metros quadrados de lonas já foram distribuídos para mais de 1.200 famílias.
No Hospital Municipal Getúlio Vargas, parte do teto foi danificado, fazendo com que pacientes tivessem de ser transferidos para instituições em Novo Hamburgo, Esteio e Tramandaí. "O que aconteceu no hospital foi muito triste. Tínhamos feito um grande investimento no local, ampliamos o número de leitos de 87 para 220, e agora acontece isso", lamenta. Consultas e cirurgias eletivas foram canceladas.
De acordo com o prefeito, Sapucaia do Sul nunca tinha vivido algo parecido. "As pedras que caíram eram muito graúdas. No pátio da prefeitura, ficamos com 20 centímetros de granizo", afirma.
Ballin, agora, espera que o tempo se estabilize. "Ainda precisamos nos preocupar com o Rio dos Sinos, que já desalojou um número razoável de famílias. Tentamos orientá-las, mas elas preferem ficar onde estão, e precisamos dar atendimento", ressalta. Até o final da tarde desta quinta-feira, a cidade contabilizava 595 desalojados e 242 desabrigados.

Bloqueios afetam pelo menos 11 rodovias no Estado

Não houve tempo para que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) pudesse recuperar as vias danificadas em razão das enchentes da semana passada e do início desta. O temporal desta quarta-feira aumentou a situação crítica das vias que já estavam com problemas e criou outros.
Ao menos oito rodovias federais e três estaduais estavam com tráfego restrito ou interrompido no início da noite desta quinta-feira. A BR-158, que liga Santa Maria a Júlio de Castilhos, terá bloqueio total e por tempo indeterminado a partir desta sexta-feira. As interrupções acontecerão da meia-noite até as 6h. Das 06h01min às 23h59min, o trecho estará bloqueado parcialmente. Neste período, o trânsito será em meia pista e sentido único intercalado nos dois sentidos.
Na BR-290, o trânsito foi interditado em meia pista no km 313 no sentido Capital-Interior, assim como no km 572, próximo a Alegrete. Também foram feitos bloqueios nas BRs 101 (km 2,5), 116 (km 249), 153 (km 373), 386 (km 415), 287 (ponte sobre o rio Toropi) e 471 (kms 172 e 173,8).
Três estradas estaduais estão com a circulação restrita. No km 43 da ERS-122, entre Farroupilha e Porto Alegre, uma rachadura no piso obrigou a interdição das pistas. Na ERS-287, km 228, em Santa Maria, o trânsito foi interrompido na cabeceira da ponte. Já na ERS-115, entre Três Coroas e Gramado, houve bloqueio entre os quilômetros 22 e 33.