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Educação

- Publicada em 05 de Outubro de 2015 às 22:31

Após tremor, escola suspende aulas em Porto Alegre

Técnicos da Secretaria Estadual de Obras realizaram vistoria e devem entregar laudo hoje

Técnicos da Secretaria Estadual de Obras realizaram vistoria e devem entregar laudo hoje


JONATHAN HECKLER/JC
As rachaduras nas paredes na estrutura do Colégio Estadual Protásio Alves, localizado na avenida Ipiranga, em Porto Alegre, evidenciam o sucessivo descaso do Estado com prédios públicos, em especial, de escolas. No final da manhã de ontem, a direção do colégio obrigou-se a interromper as aulas devido a um estouro seguido de tremores que balançaram as paredes de três salas do andar térreo, aumentando ainda mais as fissuras já existentes.
As rachaduras nas paredes na estrutura do Colégio Estadual Protásio Alves, localizado na avenida Ipiranga, em Porto Alegre, evidenciam o sucessivo descaso do Estado com prédios públicos, em especial, de escolas. No final da manhã de ontem, a direção do colégio obrigou-se a interromper as aulas devido a um estouro seguido de tremores que balançaram as paredes de três salas do andar térreo, aumentando ainda mais as fissuras já existentes.
Os estudantes foram retirados da escola, e as aulas, suspensas ontem e hoje. Os cerca de 2 mil adolescentes só retornarão ao local quando for confirmado que não há perigo de queda ou desabamento. Com o corte de gastos instituído pelo governo estadual no início do ano, as reformas emergenciais previstas em prédios de escolas foram prejudicadas.
Após os tremores, a diretoria chamou a Secretaria Estadual de Obras, Saneamento e Habitação, que enviou técnicos para realizar uma vistoria. As aulas só serão retomadas após avaliação do resultado do laudo dos peritos. Apesar de afirmar que a interdição do prédio se trata de uma medida preventiva, o secretário estadual de Educação, Vieira da Cunha, reconheceu que as medidas tomadas para sanar defeitos estruturais em prédios escolares não têm sido suficientes. "Não temos estrutura para dar resposta imediata e eficaz às demandas recorrentes. Faltam engenheiros e arquitetos que possam realizar essas vistorias", alegou.
De acordo com o secretário, existem 2,5 mil edifícios escolares em todo o Estado. Neles, estudam cerca de 1 milhão de crianças e adolescentes. Desde o começo do governo de José Ivo Sartori, aproximadamente R$ 90 milhões foram liberados para atender a obras emergenciais. "A demanda é tão grande e as necessidades tão recorrentes que mesmo esse valor significativo é insuficiente", declarou Vieira. "Não posso mandar realizar uma obra sem um projeto de avaliação técnica. Vamos propor outras medidas, além das já tomadas, para que não sigamos testemunhando situações como essa."
A retirada dos alunos ocorreu de forma tranquila e organizada. "Nem falamos a eles o que ocorreu, só informamos que as aulas terminariam mais cedo. Eles saíram aos poucos, devagarinho. Já os alunos da tarde, não deixamos entrar", relatou a diretora do colégio, Ana Maria de Souza.

Precarização de estrutura já é antiga na instituição

Os problemas estruturais na instituição não são novidade. O próprio secretário de Educação relatou que, em fevereiro, compareceu à aula inaugural, lecionada pelo governador, e viu que a sala da diretora estava inundada devido à chuva. Na época, Vieira da Cunha solicitou que fosse realizada uma intervenção. Oito meses depois, a obra, considerada emergencial, ainda não começou. "O contrato dessa obra segue em fase de elaboração. Temos de revisar os procedimentos para que sejam mais rápidos e atendam à urgência necessária. Essas obras dizem respeito à segurança de alunos e docentes", argumentou o secretário. Segundo professores, as rachaduras existem há pelo menos sete anos.