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Câncer de mama

- Publicada em 01 de Outubro de 2015 às 21:57

Caminhada das Vitoriosas ocorre domingo na Capital

Com o tema Para todas as Marias, evento pretende reunir 7 mil pessoas

Com o tema Para todas as Marias, evento pretende reunir 7 mil pessoas


FREDY VIEIRA/JC
Com viés diferente dos outros anos, a 12ª edição da Caminhada das Vitoriosas ocorre neste domingo em Porto Alegre. A concentração da atividade, que marca o Outubro Rosa, está marcada para as 10h no Parcão. Às 12h, está prevista a chegada no ponto final, o Parque da Redenção.
Com viés diferente dos outros anos, a 12ª edição da Caminhada das Vitoriosas ocorre neste domingo em Porto Alegre. A concentração da atividade, que marca o Outubro Rosa, está marcada para as 10h no Parcão. Às 12h, está prevista a chegada no ponto final, o Parque da Redenção.
Ao contrário das edições anteriores, que focavam na prevenção, o tema deste ano, "Para todas as Marias", tem como objetivo debater a necessidade de oferecer tratamentos inovadores para o câncer de mama também para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O lançamento do evento ocorreu em 15 de setembro, com voluntárias carregando guarda-chuvas rosa em frente à loja Rabusch, que está vendendo as camisetas promocionais da caminhada. No ano passado, cerca de 5 mil pessoas participaram do evento. A meta para 2015 é chegar a 7 mil.
A assessora de Planejamento e Eventos da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), Lauren Caleffi, relata que a campanha deste ano enfatiza o direito que todas as mulheres têm ao acesso a tratamentos modernos durante o câncer avançado (metastático). "Observamos que, no SUS, esse acesso não está acontecendo. As mulheres têm pouca possibilidade de conseguir esses medicamentos, todos sabemos disso. Então, resolvemos batalhar por esses direitos. 'Para todas as Marias' porque todas merecem os mesmos direitos, de passar por tratamentos avançados, adequados e modernos."
Segundo Lauren, mesmo com a saúde em crise, tanto em nível estadual quanto federal, a luta não pode parar. "São 57 mil casos novos de câncer de mama ao ano no Brasil, sendo 5,5 mil no Rio Grande do Sul. A incidência entre as gaúchas é altíssima", destaca. Entre os motivos para esse alto índice no Estado estão a obesidade, o fator genético, a alimentação e o tabagismo.
Se o câncer de mama é descoberto cedo, as chances de cura são de até 95%. Para encontrar o tumor ainda em tamanho pequeno, é importante realizar o autoexame de toque e fazer mamografia regularmente. "As mulheres chegam, geralmente, já em um estágio avançado da doença, em virtude de medo, falta de acesso, estigma do câncer. Porém, ações como a Caminhada das Vitoriosas diminuem o estigma, pois as pessoas veem muitas mulheres vitoriosas caminhando nesse dia, mostrando que lutaram e venceram a doença", observa.

Voluntárias pedem disponibilização de tratamento de ponta a usuárias do Sistema Único de Saúde

Uma das vitoriosas que caminhará neste domingo é a nutricionista Marli Marcon, de 52 anos. Há seis anos, ela descobriu o nódulo no seio e passou pelo tratamento. Felizmente, não desenvolveu metástase, mas até hoje é voluntária para conscientizar as pessoas e lutar pelo direito das mulheres que têm câncer metastático. "Essas mulheres precisam ter acesso a medicamentos novos para poderem ter mais tempo de vida e menos efeitos adversos", pondera.
A aposentada Elizabeth Garcia de Freitas, de 62 anos, enfrentou o câncer de mama há 11 anos e realizou todo o tratamento pelo SUS. "Não tenho do que reclamar, pois tudo foi muito rápido para mim. Descobri o tumor em dezembro e, em março, já estava fazendo a cirurgia. No entanto, como sou voluntária, converso com muitas pacientes e sei que agora está mais difícil", aponta.
O apoio da filha, que, após a doença da mãe, também tornou-se voluntária no combate ao câncer de mama, foi essencial para Elizabeth manter a força durante o tratamento. "Eu queria viver, e quem quer viver não tem medo. Coloquei na minha cabeça que sabia que era uma situação difícil, mas que tinha que enfrentar para ficar bem. Graças a Deus, hoje estou ótima", comemora a aposentada.
Vitoriosa há 15 anos, a aposentada Dilva Alonso Araújo, de 62, sabe que terá que lutar contra o câncer durante toda a vida. No entanto, acha que a mulher deve focar as coisas boas. "Tenho uma filha maravilhosa, um anjo que, na época com 18 anos, me assumiu e assumiu os cuidados da casa. Acho que as mulheres precisam pensar nos filhos durante a luta, porque temos que ter muita fé. Em tudo na vida, vamos encontrar o ônus e o bônus. Então, vamos focar no bônus", estimula.
Na opinião de Dilva, ao contrário do ditado que diz que "o tempo é o senhor de tudo", para quem está com câncer, o tempo é o pior inimigo. "Para a mulher que detecta a doença e leva 60 dias para começar o tratamento, se o câncer for muito agressivo, 60 dias é muito tempo. Ela detecta o tumor, precisa fazer a punção, para fazer a biópsia e, depois, ir a um especialista ver qual o tratamento ideal. Isso leva muito tempo. Quando ela chega ao final de tudo isso, já pode estar com metástase. Se a metástase está no pulmão, no rim, algum órgão nobre, a recuperação é muito difícil", relata. Quase metade das mulheres descobrem o câncer de mama já em estado metastático.