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Seguros & Previdência

- Publicada em 29 de Outubro de 2015 às 21:59

'Precisamos mudar o conceito de idoso'

 FOTO DO VICE-PRESIDENTE CORPORATIVO DA ICATU SEGUROS, CÉSAR SAUT, PARA UMA ENTREVISTA PING-PONG SOBRE O SETOR E A EMPRESA.

FOTO DO VICE-PRESIDENTE CORPORATIVO DA ICATU SEGUROS, CÉSAR SAUT, PARA UMA ENTREVISTA PING-PONG SOBRE O SETOR E A EMPRESA.


fotos FREDY VIEIRA/JC
Há 20 anos, quando o executivo César Saut inaugurava a operação da Icatu Seguros em Porto Alegre, o mercado da previdência privada no Brasil dava seu start. A estabilidade econômica trazida pelo real permitiu que famílias pudessem levar a sério a ideia de poupar para a aposentadoria, sem se preocupar com os preços variando sem controle no supermercado.
Há 20 anos, quando o executivo César Saut inaugurava a operação da Icatu Seguros em Porto Alegre, o mercado da previdência privada no Brasil dava seu start. A estabilidade econômica trazida pelo real permitiu que famílias pudessem levar a sério a ideia de poupar para a aposentadoria, sem se preocupar com os preços variando sem controle no supermercado.
Desde então, o atual vice-presidente corporativo da seguradora dissemina a educação financeira e os valores da empresa, especializada em proteção dos riscos de morte prematura, invalidez e sobrevivência. "Ninguém tem vocação para abdicar de consumo para se proteger. A Icatu tenta despertar essa lucidez", acredita.
Nas operações de seguro de vida, previdência e capitalização em todo o Brasil, a Icatu Seguros chegou ao marco de mais de 2,5 mil novos clientes por dia. A empresa também registra diariamente quase 180 indenizações decorrentes de morte ou invalidez. A Icatu Seguros avança na região Sul, onde ultrapassou a movimentação de R$ 1 bilhão este ano. Nesta entrevista, Saut fala sobre o planejamento dos brasileiros para o futuro e o mercado de previdência privada e seguros no País.
JC Seguros & Previdência - A expectativa de vida da população brasileira está aumentando, assim como o rombo nas contas da Previdência Social. Que mudanças esse cenário provoca no planejamento das pessoas para o futuro?
César Saut - A evolução da medicina está arrastando o limite da longevidade para patamares cada vez mais distantes. Nosso regime previdenciário está estruturalmente quebrado, porque as regras criadas têm mais de 50 anos, quando poucas pessoas chegavam na idade mínima para se aposentar. O Brasil era um país de jovens e há uma mudança na sua pirâmide demográfica. Por isso, temos que mudar o conceito de idoso. Uma pessoa com 60 anos hoje corre uma maratona. Não seremos um país de velhos problemáticos, mas de pessoas maduras. Vamos trabalhar até os 60, mas viveremos até os 90. Como teremos dignidade do momento em que pararmos de trabalhar até morrer? A previdência pública não vai conseguir manter nosso padrão de vida, por isso a previdência privada é cada vez mais uma alternativa imprescindível.
Seguros & Previdência - A previdência privada está distante da realidade da maioria dos brasileiros. Como ela pode deixar de ser um produto elitizado?
Saut - A previdência privada não é cara nem barata, é um fundo de reserva. A sensação de caro ou barato depende do tempo de contribuição. O importante é começar o quanto antes. Quando me perguntam o valor ideal para contribuir, digo que pode ser qualquer um, desde que se deposite pelo maior tempo possível. Às vezes, as pessoas começam fazendo depósitos mensais com valores muito altos, não conseguem manter e se frustram. A principal mensagem que queremos passar é: comece hoje.
Seguros & Previdência - Na Plataforma do Conhecimento na internet, a Icatu Seguros orienta sobre educação financeira com cursos on-line gratuitos, vídeos, simuladores e jogos. Como as empresas podem contribuir para ensinar as pessoas a se prepararem para o futuro?
Saut - Todos nós corremos riscos, mas nunca achamos que eles vão nos atingir. Podemos bater o carro e sabemos que é imprescindível ter um seguro de automóvel, mas poucos de nós têm seguro de vida ou invalidez. Por que sabemos que o carro pode dar perda total, mas achamos que conosco não vai acontecer nada? Porque não é natural reconhecer a própria fragilidade. Por isso, nós da Icatu temos tentado gerar lucidez, por meio da Plataforma do Conhecimento e de treinamentos de corretores e multiplicadores. Tentamos, de uma forma lúdica, dizer para as pessoas que há um ciclo de vida e que as medidas que tomarmos hoje nos permitirão diminuir a quantidade de trabalho no futuro.
Seguros & Previdência - A Icatu Seguros alcançou faturamento de R$ 1,5 bilhão no primeiro semestre de 2015, um aumento de 17% em relação ao mesmo período de 2014. Como a empresa e o setor conseguem se manter em expansão em meio à recessão econômica pela qual o Brasil passa?
Saut - Vivemos uma crise de consumo, mas falamos de proteção, uma questão distinta. Se sabemos que o INSS não vai acolher nossa pretensão de estabilidade econômica, a tendência é buscar mecanismos para complementar a renda. O setor é beneficiado quando as pessoas entendem que viverão mais e não poderão contar com o Estado para manter seu padrão de vida. Isso não é errado. A previdência pública não foi criada para manter o padrão de vida de ninguém, somente para prover uma assistência básica. O setor tem se desenvolvido não só pela lucidez das pessoas, mas do próprio governo, que estimula a previdência privada com a diminuição da base de cálculo do Imposto de Renda.
Seguros & Previdência - A crise econômica e política que o Brasil atravessa pode trazer alguma oportunidade para o setor de previdência privada e seguros em meio à maior sensação de risco?
Saut - A instabilidade política é pontual e não resiste ao tempo, enquanto o setor trabalha com longo prazo. Já a instabilidade econômica afeta negativa e positivamente. A prevenção para o futuro não é uma necessidade básica, como morar ou se alimentar. As pessoas poupam renda quando têm o presente solucionado, por isso a crise dificulta a poupança para o futuro. Por outro lado, quem tem as condições básicas atendidas está menos disposto a consumir desnecessariamente e mais sensibilizado a poupar. A instabilidade gera uma sensação de necessidade de proteção.
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