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Economia

- Publicada em 26 de Outubro de 2015 às 20:03

Previsões para inflação disparam, e índice no atacado supera os 10%


Depois que o Banco Central jogou a toalha em relação ao cumprimento da meta de 4,5% também em 2016, as previsões para a inflação no Relatório de Mercado Focus dispararam, e o índice que mede o comportamento dos preços no atacado chegou a superar a marca dos 10%. O foco da política monetária do Banco Central agora é 2017, um ano que se desenha melhor que 2015 e 2016, mas que ainda assim está longe de apresentar dados robustos.
Depois que o Banco Central jogou a toalha em relação ao cumprimento da meta de 4,5% também em 2016, as previsões para a inflação no Relatório de Mercado Focus dispararam, e o índice que mede o comportamento dos preços no atacado chegou a superar a marca dos 10%. O foco da política monetária do Banco Central agora é 2017, um ano que se desenha melhor que 2015 e 2016, mas que ainda assim está longe de apresentar dados robustos.
Pelo levantamento realizado semanalmente com 120 instituições financeiras, o IPCA do ano que vem subiu pela 12ª vez consecutiva e está mais perto do teto da meta de 6,50%. Segundo o documento, deverá fechar em 6,22%. O grupo dos analistas que mais conseguem antecipar o comportamento dos preços, Top 5, está menos confiante: para eles, a inflação fechará o ano que vem em 7,30%.
Já as projeções para o IPCA deste ano subiram para 9,85%, enquanto as do Top 5, para 9,95%. Chama a atenção no boletim Focus a estimativa para o IGP-DI, que já está em dois dígitos. O índice, que incorpora mais os preços no atacado e que sente mais de perto as variações do câmbio, deve encerrar este ano em 10,11% e o próximo em 6,00%. O IGP-M, principal referência dos contratos de aluguel, está logo atrás, com as previsões em 9,59% para 2015 e em 6,01% para 2016.
Os preços administrados ou monitorados pelo governo, como tarifas de água, luz e passagens de ônibus, continuam a pressionar a inflação. Segundo os participantes da Focus, esse conjunto de itens deve ter alta de 16,11% neste ano e de 6,60% no próximo. Com a perspectiva de inflação galopante, o mercado financeiro manteve a previsão de estabilidade da taxa básica de juros nos atuais 14,25% ao ano até o fim de 2015. Além disso, subiu para 13% ao ano o patamar da Selic no encerramento do ano que vem.
No caso do dólar, houve estabilidade nas previsões para 2015 (R$ 4,00), mas alta para 2016 (R$ 4,20). Por conta da desvalorização do real, houve melhora das estimativas para o setor externo. A balança comercial deve ter superávit de
US$ 14 bilhões neste ano e de
US$ 26,30 bilhões no próximo. Pelo mesmo motivo, o rombo da conta-corrente deve diminuir nos dois anos para US$ 65 bilhões e
US$ 46,35 bilhões.
Essa melhora, no entanto, é insuficiente para tirar a atividade econômica da recessão, na percepção dos analistas. A pesquisa Focus para o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou mais uma semana de piora, com a expectativa de retração de 3,02% em 2015 e de 1,43% em 2016. Da mesma forma, a produção industrial registrará, conforme os participantes, uma queda de 7% neste ano e de 1,50% no próximo.
Para daqui a dois anos, que é para quando o BC mira agora, as estimativas para inflação e atividade estão melhores. A Focus revela que, finalmente, o País sairá da recessão neste ano e crescerá 1%, puxado pela atividade industrial, que deve subir 2%. O câmbio ficará mais comportado, em R$ 4,06, segundo o documento. Mesmo assim, a expectativa é de um superávit comercial mais robusto (US$ 30 bilhões) com a continuidade de redução do déficit das transações correntes
(US$ 41,7 bilhões).
O mercado financeiro também conta com uma situação fiscal melhor para daqui a dois anos, com a previsão de que o superávit primário será de 0,70% do PIB. Por enquanto, os analistas acreditam que o BC conseguirá levar a inflação para a meta em 2017, já que o ponto central da pesquisa está em 5,00%. O grupo Top 5, no entanto, não tem tanta certeza e prevê taxa de 5,80%, que está bem próxima do teto da meta daquele ano, que
é de 6%. Ainda pelos cálculos dos economistas, a pressão dos preços administrados sobre a inflação será menor em 2017, mas não inexistente. Conforme a pesquisa, esse conjunto de itens deve ter elevação de 5% em 2017. No encerramento do ano, a Selic estará em 11% ao ano.
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