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Tecnologia

- Publicada em 25 de Outubro de 2015 às 21:32

Brasil vive desafio de avançar em ambientes de inovação estruturados

Entre os projetos diferenciados na área está o gaúcho Tecnopuc

Entre os projetos diferenciados na área está o gaúcho Tecnopuc


DIVULGAÇÃO/JC
Ambientes de inovação bem estruturados são decisivos para o desenvolvimento social e econômico, e se o Brasil não quiser perder ainda mais espaço no jogo global, terá que correr. Quem acompanha de perto esse cenário não tem dúvida: o País possui ótimos exemplos, mas precisa não só de mais investimentos públicos e privados nessa área, mas também de agilidade na execução das políticas públicas e projetos de parques e incubadoras tecnológicas, aceleradoras e living labs. E, claro, menos regulamentação para aumentar e consolidar estes espaços.
Ambientes de inovação bem estruturados são decisivos para o desenvolvimento social e econômico, e se o Brasil não quiser perder ainda mais espaço no jogo global, terá que correr. Quem acompanha de perto esse cenário não tem dúvida: o País possui ótimos exemplos, mas precisa não só de mais investimentos públicos e privados nessa área, mas também de agilidade na execução das políticas públicas e projetos de parques e incubadoras tecnológicas, aceleradoras e living labs. E, claro, menos regulamentação para aumentar e consolidar estes espaços.
"Esses ambientes de inovação são verdadeiras plataformas de desenvolvimento para as sociedades que vivem o século XXI. Precisamos acelerar esse movimento no Brasil", sugere o pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento da Pucrs, Jorge Audy. Eleito na semana passada presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), posição que ocupará a partir de 2016, Audy participou da 25ª Conferência Anprotec de Ambientes de Empreendedorismo e Inovação, entre os dias 19 e 23 de outubro em Cuiabá. O evento teve workshops, sessões plenárias, sessões interativas e fóruns com especialistas em empreendedorismo e inovação do Brasil, China, Coreia do Sul, Espanha, EUA, Israel e Rússia.
O Brasil possui atualmente cerca de 100 parques tecnológicos, sendo 30 em operação, e mais de 400 incubadoras. No cenário latino-americano, é, sem dúvida, o mais desenvolvido nesse conceito de ambientes de inovação. Se ampliar a comparação para o cenário global, porém, não temos posição de vanguarda. Esse é um mercado liderado pelas principais economias, que mais rápido se adaptaram à sociedade do conhecimento.
Uma das explicações é que o Brasil iniciou tardiamente esse movimento, que já acontece nos Estados Unidos desde 1950, na Europa desde 1970 e nos países asiáticos na década de 1990. Os parques mais antigos do País não têm 15 anos. "Temos ambientes inovadores de classe mundial, mas que ainda são ilhas. Precisamos que isso transborde e, assim, possa ter um efeito no deslocamento da economia tradicional para a baseada no conhecimento", observa Audy. Entre alguns dos projetos diferenciados estão o Tecnopuc e o Tecnosinos, no Rio Grande do Sul; o Porto Digital, em Recife; e o Parque Tecnológico UERJ, no Rio de Janeiro.
A presidente da Anprotec, Francilene Procópio Garcia, observa que os ambientes de inovação do Brasil, desde a sua concepção, foram idealizados para ajudar a resolver questões do desenvolvimento do País. E essa importância só tem aumentado nos últimos anos. "Questões como a escassez hídrica, a necessidade de exploração de fontes de energia renováveis e outros problemas das cidades fazem com que os nossos ambientes de inovação sejam atores importantes na discussão de novas rotas de desenvolvimento", relata.
Para Audy, os principais atores envolvidos nestas iniciativas já perceberam a importância da existência de ambientes mais propícios para que os talentos e criatividade possam se desenvolver. O que falta é aumentar a velocidade e capitalizar melhor isso. "Os governos precisam ser mais ativos; as empresas, compreender a inovação como grande fator de competitividade no século XXI; e as universidades, acelerar a transferência de tecnologia do conhecimento gerado no meio acadêmico", sugere.

Espaços precisam estar conectados à sociedade

A presidente da Anprotec, Francilene Procópio Garcia, cita a importância de se estimular iniciativas de criação de ambientes tecnológicos fora dos grandes centros econômicos. Isso inclui cidades menores que, com a presença de empreendimentos como um parque tecnológico, por exemplo, passam a atrair mais investimentos, qualificar a mão de obra e criar novas reflexões para os dirigentes municipais sobre a importância da tecnologia para o desenvolvimento.
O mesmo vale para outras regiões, como no Norte do País. "O parque tecnológico de Belém tem a característica de olhar a biodiversidade da Amazônia e ver novos empreendimentos na região, trazendo investidores diferenciados para o local", exemplifica.
O diretor-geral da Associação Internacional de Parques Científicos e Áreas de Inovação (Iasp), Luis Sanz, participou da 25ª Conferência Anprotec, na qual destacou que a primeira condição exigida para um parque científico e tecnológico é que ele tenha a capacidade de inovar. Ele falou ainda sobre as mudanças que esses ambientes já começam a viver. "A evolução dos parques passa por um contexto que demanda espaços nos quais as pessoas não somente trabalhem, mas também se relacionem socialmente e, inclusive, lá vivam. Os parques querem se abrir, deixar de ser exclusivos a empresas e empresários, se conectar à sociedade", relata.