O Palácio do Planalto não vai aceitar o corte de R$ 10 bilhões no programa Bolsa Família proposto pelo relator do orçamento de 2016, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR). Ontem, a presidente Dilma Rousseff usou as redes sociais para criticar a iniciativa e classificou o programa como "prioridade máxima" do seu governo e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não podemos permitir que isso aconteça. Estou certa de que o bom senso prevalecerá na destinação de recursos ao programa", disse Dilma em sua conta do Twitter. A presidente afirmou ainda que "cortar o Bolsa Família significa atentar contra 50 milhões de brasileiros que hoje têm uma vida melhor por causa do programa".
Preocupada com a decisão do relator, Dilma escalou os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) para conversar com Barros e tentar demovê-lo da ideia de diminuir os repasses para o principal programa social do governo. Ontem, os três já se encontraram, mas negam que tenham tocado no assunto.
Na avaliação do Planalto, o relator estaria usando o Bolsa Família como uma "moeda de troca" para conseguir emplacar outras propostas orçamentárias que também encontram resistências no governo.
Mesmo prestes a anunciar um rombo nas contas públicas que pode chegar a R$ 70 bilhões, a presidente não aceita mexer naquela que é uma das principais bandeiras das gestões petistas. Ao falar sobre a necessidade de cortar despesas, Dilma sempre destacou que o governo não mediria esforços para preservar os programas sociais.
Diversas lideranças do PT e de outros partidos criticaram a ideia de diminuir os recursos do Bolsa Família. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também não concorda.