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Turismo

- Publicada em 18 de Outubro de 2015 às 22:15

Trilhas ecológicas ganham adeptos no Estado

Cachoeira Véu de Noiva (ao fundo), nos Aparados da Serra, é uma das belezas naturais da Trilha do Vértice

Cachoeira Véu de Noiva (ao fundo), nos Aparados da Serra, é uma das belezas naturais da Trilha do Vértice


WILLIAM MUR/FOLHAPRESS/JC
Aproveitar os dias quentes do verão em meio à natureza, conhecer a fauna e a flora da Serra Gaúcha, tomar banho de cachoeira, e ainda levar para casa fotografias de lugares estonteantes. Tudo isso e muito mais tem atraído, ao Rio Grande do Sul, a visita de estrangeiros e turistas de outros estados dispostos a percorrer trilhas ecológicas que podem durar de 40 minutos até 8 horas de caminhada, dependendo do local e que são alternativas para quem quer descansar longe do burburinho das praias do Estado. Conforme a coordenadora-geral do Turismo de Cambará do Sul, Rosivane Monteiro de Souza, somente os parques nacionais Aparados da Serra e da Serra Geral devem receber cerca de 200 mil pessoas este ano.
Aproveitar os dias quentes do verão em meio à natureza, conhecer a fauna e a flora da Serra Gaúcha, tomar banho de cachoeira, e ainda levar para casa fotografias de lugares estonteantes. Tudo isso e muito mais tem atraído, ao Rio Grande do Sul, a visita de estrangeiros e turistas de outros estados dispostos a percorrer trilhas ecológicas que podem durar de 40 minutos até 8 horas de caminhada, dependendo do local e que são alternativas para quem quer descansar longe do burburinho das praias do Estado. Conforme a coordenadora-geral do Turismo de Cambará do Sul, Rosivane Monteiro de Souza, somente os parques nacionais Aparados da Serra e da Serra Geral devem receber cerca de 200 mil pessoas este ano.
"A procura por trilhas começa a partir de novembro e se estende até março", informa a agente da Calábria Viagens e Turismo, Heloisa Valliatti. "Tem muitos visitantes de outros países, como Polônia, Alemanha, França, e Suíça, que procuram por este tipo de passeio", completa a agente de viagens, explicando que a empresa oferece atendimento em inglês e alemão, inclusive no momento das caminhadas. Os guias são da Canyons e Peraus (empresa de Praia Grande (SC) que trabalha em parceria com a Calábria, situada em Torres, quando o roteiro passa pela Trilha do Rio do Boi, uma das poucas trilhas abertas oficialmente no Parque Nacional Aparados da Serra, nos Campos de Cima da Serra. Outras duas são a Trilha do Vértice e a do Cotovelo.
Localizada no cânion Itaimbezinho, a Trilha do Rio do Boi dura oito horas de caminhada - realizada em oito quilômetros de extensão, contando ida e volta - por dentro da fenda do Itaimbé e no leito do Rio do Boi. "É uma das mais belas da região, com uma paisagem incrível, e com uma rica fauna e flora no entorno", comenta Heloisa. De lá, pode-se contemplar a queda d'água das cachoeiras e das piscinas naturais. No caso da Agência Calábria, o passeio ocorre em grupos de no mínimo 10 pessoas e de no máximo 40. No verão, as famílias se mobilizam e juntam amigos para poder realizar o roteiro. O valor do passeio é de R$ 125,00 por pessoa, incluindo transporte até o cânion, acompanhamento de guia, ingresso no parque e lanche. "Mas é preciso que o tempo ajude", comenta Heloisa, explicando que a empreitada se inicia às 8h e termina somente às 17h.
A coordenadora-geral do Turismo de Cambará do Sul, Rosivane Monteiro de Souza, comenta que a Trilha do Rio do Boi é de "pura adrenalina", e exige nível médio de esforço físico, não sendo indicada para pessoas da terceira idade ou cardíacos. "É bem longa e cansativa", concorda Heloisa, lembrando que a maior parte da caminhada é feita pelas pedras que margeiam o rio. No caminho, ainda é preciso atravessar por dentro da água, que em alguns pontos chega à altura dos joelhos. Mas também há relaxamento no percurso: os grupos param para descansar e aproveitam para tomar banho de rio ou cachoeira.
"Para o público da terceira idade, oferecemos o roteiro das trilhas do Cotovelo e do Vértice, no Itaimbezinho. É um passeio de um dia inteiro, mas com caminhada de no máximo duas horas", explica a agente da Calábria. Neste caso, o valor por pessoa é de R$ 108,00, incluindo a companhia de um guia, a entrada no cânion, o transporte e lanche. "Por ser mais fácil, esta é a trilha mais procurada", diz Rosivane. O parque possui infraestrutura turística, com guaritas de acesso, banheiros, centro de informações e fiscalização permanente do ICMBio. No caso da Trilha do Vértice, os visitantes ainda aproveitam a beleza das cachoeiras Véu de Noiva e Andorinhas.
Para quem prefere conhecer melhor a região, a Bonete Tur Viagens e Turismo oferece pacote com pernoite em uma pousada de Cambará do Sul. "O roteiro inclui saída pela manhã, dois dias de trilha no cânion Itaimbezinho, almoços na cidade, e uma noite livre", resume o proprietário da agência, Arcy Bonete Pereira, informando que o pacote custa R$ 540,00 por pessoa, e inclui transporte e alimentação, exceto janta. "Este é um passeio que pode ser feito por qualquer pessoa que tenha disposição para caminhadas", define.

Caminhos das Cachoeiras e dos Tropeiros movimentam Boqueirão do Leão, no Vale do Rio Pardo

O melhor acesso para chegar à Boqueirão do Leão, no Vale do Rio Pardo, é pelos municípios de Lajeado, Forquetinha e Sério, onde o asfalto é novo e tem apenas 11 quilômetros de chão. "O transporte depende do número de pessoas do grupo, pois temos de locar o carro", explica a sócia-proprietária da agência Ecotrilha, Letícia Ogliari, ao informar que a empresa ajuda na empreitada. Mas este não é um problema: as trilhas em mata fechada - denominadas das Cachoeiras e dos Tropeiros - estão entre os produtos que mais movimentam o trabalho da agência. "No verão a procura é grande", afirma.
Segundo Letícia, para realizar a Trilha das Cachoeiras tem que se ter disposição para um trajeto de sete quilômetros (ida e volta). No caminho, os visitantes passam por duas cachoeiras: a do Pedro Bastião e a do Bosque das Bruxas (neste caso, apenas com vista da parte superior). "É uma das mais bonitas trilhas da região, com muitos xaxins, araucárias e, com sorte, podemos observar a fauna local", afirma a proprietária da Ecotrilha. "Não há grandes restrições para seja feita, pois exige um grau de dificuldade moderado."
Já a Trilha dos Tropeiros (rota de passagem dos antigos tropeiros que circulavam pela região), é ainda mais longa (oito quilômetros) e possibilita que os participantes contemplem de outro ângulo a imponência e beleza do paredão do Perau da Nega, com seus mais de 150 metros de altura. "Ali, os turistas encontrarão vestígios de um antigo aqueduto e carijo de erva-mate e, ao final, poderão contemplar a linda Cascata do Bosque das Bruxas e cascata do Perau da Nega", detalha Letícia. Segundo ela informa, ambos pacotes custam R$ 150,00 por pessoa e incluem café da manhã, lanche e água durante a trilha, seguro, transporte local e condutores. "O almoço é oferecido em restaurante da cidade ao retornarmos. Havendo a necessidade, podemos providenciar hospedagem ao visitante. Temos dois bons hotéis no Centro e mais um camping com cabanas no interior."

Quedas da 'Mini Foz do Iguaçu' de Cambará do Sul oferecem banho seguro e relaxante

A Cascata dos Venâncios é um dos pontos imperdíveis (fica dentro de uma propriedade privada, a Fazenda Cachoeira, com acesso pago) para se visitar em Cambará do Sul. Considerado uma "mini Foz do Iguaçu", o local possui quatro quedas dágua, e atrai turistas de todo o Estado, a partir do final de novembro, quando a temperatura para banho fica morna. O banho é seguro, pois o local não é fundo, e muito relaxante.
"Graças ao Circuito das Águas e dos cânions, não existe mais baixa temporada em Cambará do Sul: só média e alta", gaba-se a coordenadora-geral do Turismo do município, Rosivane Monteiro de Souza. "Vem gente de todo o Brasil para conhecer a região e participar de passeios pelas diversas trilhas ecológicas em torno dos parques - são mais de 12 e para conhecer todas é preciso oito dias."
Ainda em Cambará do Sul, as opções ultrapassam o turismo de aventura: há, por exemplo, o Passeio do Mel, onde apicultores levam os visitantes para conhecer a produção feita na cidade, e em seguida deslocam os grupos para uma trilha ecológica, mostrando onde ficam as colmeias e como é feito o trabalho no campo. Também é possível apreciar a fauna e flora durante o trajeto, bem como conhecer as árvores Cambará e Carminunha (de onde se tira o mel branco).