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Energia

- Publicada em 14 de Outubro de 2015 às 22:23

Horário de verão reduzirá gasto de energia em 0,5%

Medida entra em vigor à 0h deste domingo e vai até 20 de fevereiro

Medida entra em vigor à 0h deste domingo e vai até 20 de fevereiro


JOÃO MATTOS/JC
O horário de verão, que começará à 0h deste domingo e termina à meia-noite do dia 20 de fevereiro de 2016, deverá gerar uma economia de consumo de energia de até 0,5% no Rio Grande do Sul e de até 4,5% na demanda. O efeito será possível em função do adiantamento em uma hora dos relógios. A medida vale para os gaúchos e para os estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e o Distrito Federal.
O horário de verão, que começará à 0h deste domingo e termina à meia-noite do dia 20 de fevereiro de 2016, deverá gerar uma economia de consumo de energia de até 0,5% no Rio Grande do Sul e de até 4,5% na demanda. O efeito será possível em função do adiantamento em uma hora dos relógios. A medida vale para os gaúchos e para os estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e o Distrito Federal.
A redução de 4,5% na demanda e de 0,5% no consumo é justamente a projeção que a distribuidora AES Sul faz para a sua área de concessão. Já a concessionária RGE estima uma queda de 3,27% na demanda e de 0,33% no consumo. Demanda é o consumo instantâneo requisitado pelo mercado e consumo é a energia gasta em um período determinado, geralmente mensal, e que vem especificado nas contas de luz.
A CEEE-D, a outra grande distribuidora do Estado, ainda está consolidando seus dados. Porém, o diretor da Siclo Consultoria em Energia Paulo Milano explica que as projeções sobre o horário de verão da estatal, RGE e AES Sul, normalmente, divergem muito pouco, porque o clima é o fator determinante nesse caso. Como as regiões de atuação são próximas, os números são parecidos.
Segundo a AES Sul, a aplicação do horário de verão na área de concessão da empresa, que atende a 118 municípios, representará uma economia de demanda de 78 MW, energia suficiente para suprir o pico de consumo residencial de cidades como Novo Hamburgo ou Santa Maria. Já a redução real de consumo equivale ao consumo residencial, pelo período em que vigorar o horário de verão, de uma cidade de 35 mil a 40 mil habitantes como Itaqui ou Rosário do Sul, na Fronteira-Oeste; Caçapava do Sul, na região Central; Estrela, no Vale do Rio Taquari; ou Estância Velha, na Região Metropolitana.
Na área da RGE, que fornece eletricidade a 264 municípios, a companhia estima que a diminuição do consumo alcançará 13.137 MWh, volume suficiente para atender a uma cidade do porte de Caxias do Sul por três dias ou de Passo Fundo por nove dias. A consultora de negócios da distribuidora Polyanna Cunha ressalta que o principal objetivo da ação é ter um melhor aproveitamento da luz natural e reduzir a demanda no horário de pico, que, no caso da RGE, é verificado entre as 18h e 21h. Polyanna argumenta que uma das primeiras atitudes quando as pessoas chegam em suas casas é acender a luz elétrica. Porém, com o horário de verão e a maior duração da luminosidade do dia, o uso das lâmpadas ocorre mais tarde.

Crise econômica diminui a necessidade da iniciativa

Sobre os reflexos do horário de verão, o diretor da Siclo Consultoria em Energia Paulo Milano argumenta que a iniciativa, em outros anos, era muito importante, pois o sistema elétrico estava trabalhando perto do limite. "Agora, como a carga está menor e o sistema está mais robusto, nem seria necessário o horário de verão", aponta Milano.
O consultor recorda que o consumo de energia continua caindo e dificilmente haverá problemas neste verão com picos muito elevados de demanda. Além disso, o especialista informa que os reservatórios hidrelétricos da região Sudeste (os mais relevantes do Brasil) estão com um patamar de armazenamento um pouco acima de 30% e, nessa época no ano passado, estavam com cerca de 20%.
Conforme Milano, o principal fator que tem retirado a pressão sobre o setor elétrico é a crise econômica, que fez o consumo de energia diminuir. O mais recente levantamento divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica que o consumo de energia no País caiu 2,1% em agosto deste ano comparado ao mesmo mês de 2014, totalizando 37.736 GWh. O setor comercial continua sendo o único a manter expansão em relação ao ano passado, registrando alta de 0,6% no consumo de energia. Já a indústria teve o consumo reduzido em 5,7%, comparado a agosto de 2014, e as residências tiveram retração de 1,5%. A queda da indústria é a 18ª consecutiva e a maior do ano até o momento.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), no horário de verão 2014/2015, a redução da demanda no momento de ponta foi cerca de 2.035 MW no Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, equivalente ao dobro do consumo de Brasília em todo o período em que esteve em vigor. No Subsistema Sul, a redução foi 645 MW, correspondendo a uma economia de 4,5%.
Os ganhos obtidos pela redução do consumo de energia global, que leva em conta todas as horas do dia, foram de cerca de 200 MW médios no Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o que equivale ao consumo mensal da cidade de Brasília, e 65 MW médios no Subsistema Sul, o que corresponde ao consumo mensal de Florianópolis. De acordo com a assessoria de imprensa do ONS, a estimativa de economia para o horário de verão 2015/2016 será divulgada nos próximos dias e não deve ser muito diferente do ano passado.