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Agronegócios

- Publicada em 13 de Outubro de 2015 às 23:53

Chuva afeta o plantio do arroz e colheita de inverno

Cultivo de arroz sofrerá atraso devido à alta umidade do solo

Cultivo de arroz sofrerá atraso devido à alta umidade do solo


ANA PAULA APRATO/ARQUIVO/JC
As condições climáticas adversas que se estendem nas últimas semanas vêm causando apreensão no campo. Segundo um levantamento inicial da Emater, as culturas de inverno, atualmente em fase de colheita, devem ter perdas em quantidade e qualidade, assim como em variedades precoces na fruticultura de uva e pêssego. O arroz, que está sendo semeado, depende de uma redução nos níveis de água para que o agricultor possa voltar a campo, mas o plantio sofrerá atraso devido à umidade. Uma avaliação mais ampla deve ser realizada pela entidade de assistência rural até o fim da semana.
As condições climáticas adversas que se estendem nas últimas semanas vêm causando apreensão no campo. Segundo um levantamento inicial da Emater, as culturas de inverno, atualmente em fase de colheita, devem ter perdas em quantidade e qualidade, assim como em variedades precoces na fruticultura de uva e pêssego. O arroz, que está sendo semeado, depende de uma redução nos níveis de água para que o agricultor possa voltar a campo, mas o plantio sofrerá atraso devido à umidade. Uma avaliação mais ampla deve ser realizada pela entidade de assistência rural até o fim da semana.
O plantio de arroz, nas regiões Central e Sul, foi a atividade mais prejudicada pela chuva. Cerca de 15% da área total estava semeada até ontem, mas, caso o nível de água nas lavouras siga alto nos próximos dias, as plantas não conseguirão se recuperar e será necessário refazer o plantio, o que encarece os custos de produção e traz problemas para a qualidade, segundo o gerente técnico Estadual da Emater, Valmir Netto Wegner. "Se parar de chover agora, o que não está indicado pela previsão, seria preciso de oito a 10 dias para entrar na lavoura, o que certamente atrasará o plantio", explica.
No caso do trigo e de outras culturas de inverno, como a canola e a cevada, as perdas chegam no momento da colheita. As adversidades climáticas iniciaram com as geadas nos períodos de floração e enchimento do grão. Com a umidade das últimas semanas, o que estava pronto para a colheita deve ter perda de qualidade. Com isso, mais uma vez, o Rio Grande do Sul deve obter, em grande maioria, trigo forrageiro para alimentação animal. Conforme Wegner, as perdas nessa cultura, que já chegam aos 30%, devem se acentuar em quantidade e qualidade após a próxima avaliação, a ser feita em 10 dias. Da mesma maneira, praticamente toda a cevada gaúcha deve ser destinada como ração.
Na fruticultura, a ocorrência excessiva de chuvas afetou, principalmente, a uva e o pêssego. Nos parreirais, as variedades precoces, como a Concórdia e a Francesa, atualmente em estágio de floração, apresentam ocorrência de doenças fungícas devido à umidade. Os pomares de pêssego nas regiões da Serra e no Sul, em Pelotas, também devem ter perdas. "Com o avanço do ciclo, vamos ter perdas bastante significativas, mas ainda temos que aguardar para quantificar, pois as variedades tardias ainda podem evoluir", afirma Wegner.
As culturas de verão, por outro lado, não devem ter tantos problemas. A soja está no início da janela, tendo apenas possíveis perdas indiretas devido à erosão do solo em propriedades que não utilizam o sistema de terraceamento e tampouco fazem a rotação de culturas. O mesmo vale para o milho, que teve perdas por causa das geadas ocorridas na segunda semana de setembro. Nesses casos, principalmente em áreas de baixadas, foi possível realizar o replantio. "As perdas maiores serão nas culturas de inverno e na fruticultura. Mas temos que ter cautela, pois um levantamento mais detalhado deve ocorrer em dois ou três dias", completa o gerente técnico da Emater.

Agropecuária tem saldo comercial de US$ 6,29 bilhões

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou ontem que o agronegócio brasileiro teve saldo comercial de US$ 6,29 bilhões em setembro, resultado de vendas externas equivalentes a
US$ 7,24 bilhões, ante compras de apenas US$ 954,93 milhões. A participação dos produtos do agronegócio no total das exportações brasileiras aumentou de 42,3%, em setembro de 2014, para 44,8% no mês passado. A balança de setembro mostra que, pela primeira vez no ano, cereais, farinhas e preparações ultrapassaram os embarques de café e do complexo sucroalcooleiro e ficaram entre os principais produtos no ranking brasileiro de exportações. As vendas externas caíram 12,7% em relação ao mesmo mês de 2014, por causa da diminuição das cotações internacionais dos principais produtos agropecuários exportados pelo Brasil. Mas as importações tiveram queda percentual ainda maior: de 33,1%.
Os embarques do agronegócio foram liderados pelo complexo soja, carnes, produtos florestais, cereais, farinhas e preparações e complexo sucroalcooleiro. Esses cinco segmentos responderam por 74% das vendas externas do setor no mês passado. As vendas de soja em grão aumentaram 38,8%, e as de óleo de soja, 137,6%. Entre os blocos comerciais, a Ásia continua sendo a principal região importadora de produtos do agronegócio brasileiro, com compras equivalentes a US$ 3,19 bilhões no mês passado, seguida pela União Europeia (US$ 1,4 bilhão). Depois, vêm Nafta (Estados Unidos, Canadá e México), com compras de US$ 605,87 milhões, Oriente Médio (US$ 562,91 milhões), África (US$ 495,76 milhões) e Europa Oriental (US$ 228,68 milhões). O maior importador individual continua sendo a China, com aquisições de US$ 1,89 bilhão. O valor representou aumento de 20,7% em relação ao mesmo mês de 2014.

Câmbio acelera alta nos custos de produção agrícola

O avanço do dólar foi o principal responsável pelo reajuste nos custos de produção do agronegócio no mês de setembro. A taxa cambial impactou nos preços de fertilizantes e agroquímicos, o que gerou um aumento de 3,69%, conforme o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) divulgado pela Farsul. Todos produtos apresentaram crescimento, em especial milho e trigo.
No acumulado do ano, o reajuste chegou a 11,04%, enquanto o IPCA ficou em 7,64%. Se for considerado os últimos 12 meses, o índice atingiu 15,70% contra 9,49% do IPCA. Este cenário já havia sido previsto pela Farsul. A preocupação se mantém devido ao alto valor da moeda americana neste segundo semestre onde os preços costumam serem corrigidos devido a sazonalidade dos custos.
O Índice de Inflação de Preços Recebidos (IIPR) também apresenta alta de 4,96% sobre agosto.