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Energia

- Publicada em 12 de Outubro de 2015 às 22:00

MGF Energy pode perder concessão de obras

Empresa não procurou auxílio do governo do Estado, afirmou secretário Lucas Redecker

Empresa não procurou auxílio do governo do Estado, afirmou secretário Lucas Redecker


FREDY VIEIRA/JC
Apesar de ter vencido o lote D do leilão de transmissão de energia realizado em julho de 2013, o consórcio MGF Energy (formado pelas empresas MGF Engenharia e Incorporações - 95% - a Geoenergy Energia e Serviços - 5%) não deverá cumprir a programação das obras que abrangiam uma série de empreendimentos a serem construídos no Rio Grande do Sul. Devido ao atraso da iniciativa, a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adianta que o setor de fiscalização irá sugerir a caducidade da concessão adquirida pela companhia.
Apesar de ter vencido o lote D do leilão de transmissão de energia realizado em julho de 2013, o consórcio MGF Energy (formado pelas empresas MGF Engenharia e Incorporações - 95% - a Geoenergy Energia e Serviços - 5%) não deverá cumprir a programação das obras que abrangiam uma série de empreendimentos a serem construídos no Rio Grande do Sul. Devido ao atraso da iniciativa, a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adianta que o setor de fiscalização irá sugerir a caducidade da concessão adquirida pela companhia.
O conjunto dos projetos compreendia uma linha de transmissão de 230 kV de tensão, com 47 quilômetros de extensão, entre Garibaldi e Lajeado, outra linha de 230 kV, com 16,4 quilômetros dentro de Lajeado, duas subestações de energia, uma no Vale do Taquari e outra na Serra, além de uma linha de 230 kV, com 49 quilômetros de extensão, unindo Candiota e Bagé. Por contrato, essas obras, que ainda nem foram iniciadas, deveriam ser concluídas ainda no primeiro semestre do ano que vem.
A Aneel já havia elaborado um edital de intimação cobrando explicações da MGF Energy sobre as ações desenvolvidas. O prazo para a companhia manifestar-se sobre o tema expirou na quarta-feira. Conforme a assessoria de imprensa da agência, depois que a área de fiscalização recomendar a caducidade da concessão, a posição será encaminhada para análise da diretoria da Aneel e, após, seguirá para o Ministério de Minas e Energia. Não há um cronograma determinado para se ter uma definição do assunto.
O secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, lembra que, em uma reunião proposta em julho pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o diretor-presidente da MGF Engenharia e Incorporações, Marcelo Gonzalez Felix, havia manifestado dificuldades, mas que o empreendimento estava encaminhado. Redecker comenta que colocou a secretaria à disposição para ajudar a empresa, porém a companhia não procurou o auxílio da pasta. "Pelo nosso conhecimento, não tem nem as licenças ambientais dentro da Fepam", revela o secretário.
No começo da semana passada, a reportagem do Jornal do Comércio entrou em contato com o diretor-presidente da MGF Engenharia e Incorporações, que afirmou que o projeto estava andando e que o cronograma estaria disponível na Aneel. Questionado sobre a afirmação da Secretaria de Minas e Energia de que as obras não teriam iniciado, o executivo retrucou que precisaria verificar com o pessoal de engenharia e não poderia responder na ocasião. Felix pediu até a sexta-feira para retornar.
Na data combinada, o dirigente atendeu à primeira ligação telefônica, contudo, tão logo o repórter identificou-se, a chamada foi interrompida. Foi feita uma segunda tentativa e, depois de Felix dizer que estava na estrada com problemas de sinal, o contato caiu novamente. Mais tarde, pela terceira vez, a ligação acabou na caixa postal do celular. O empresário também não respondeu ao e-mail enviado.

Complexos são considerados essenciais para abastecimento energético do Rio Grande do Sul

Os projetos englobados no lote D do leilão de transmissão de 2013 são considerados muito relevantes para a Serra e a Campanha, entretanto a importância ainda é maior para o Vale do Taquari. O secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, enfatiza que essa região tem destacada produção leiteira, avícola, de suínos e industrial, mas se encontra com a capacidade de atendimento energético praticamente no limite.
Para ilustrar a necessidade do fortalecimento da rede elétrica no local, Redecker recorda que, há poucos anos, durante um verão, milhares de frangos morreram devido a um corte de energia. O secretário sugere que, futuramente, é necessário ter um controle mais rigoroso quanto às empresas que participam dos leilões de transmissão e de geração energia, para verificar se as companhias têm capacidade para honrar os seus compromissos. No caso do lote D do leilão de 2013, participaram da disputa, mas perderam para a MGF Energy, empresas tradicionais do setor elétrico como Eletrosul, Grupo CEEE, Copel, Abengoa, Elecnor, entre outras.
Redecker defende que não é admissível enfrentar problemas por causa da ineficiência de uma companhia que ganhou em um leilão o direito a construir linhas e subestações de transmissão ou uma usina de energia, porém não cumpriu os prazos. O secretário comenta que não há como saber qual será a postura a ser tomada pela Aneel quanto aos complexos do lote D. Uma das possibilidades (a mais provável, de acordo com as normas da agência) é que a obra seja novamente licitada. "Isso seria muito ruim, pois seria estipulado um novo prazo", aponta Redecker.
Para o secretário, o ideal seria que fosse adotado um ato emergencial por parte da Aneel para que se possa fortalecer o quanto antes o sistema elétrico do Vale do Taquari e também o da Serra e da Campanha.