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Economia

- Publicada em 10 de Outubro de 2015 às 13:44

Tombini vê País preparado para aperto

Tombini disse que País está preparado para enfrentar uma piora nas finanças globais

Tombini disse que País está preparado para enfrentar uma piora nas finanças globais


Antonio Cruz/Agência Brasil/JC
Agência Estado
O Brasil está preparado para enfrentar uma piora nas finanças globais e dispõe para isso de US$ 370 bilhões, disse ontem numa entrevista o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini comentando uma advertência repetida nos últimos dias por dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Brasil está preparado para enfrentar uma piora nas finanças globais e dispõe para isso de US$ 370 bilhões, disse ontem numa entrevista o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini comentando uma advertência repetida nos últimos dias por dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O alerta foi incorporado no documento emitido ontem pelo Comitê Monetário e Financeiro do Fundo, o órgão político mais importante da instituição. A recuperação mundial continua, mas ainda modesta e desigual, e novos obstáculos podem travar o crescimento, adverte o comunicado.
Segundo o texto, o riscos são especialmente importantes para as economias emergentes e em desenvolvimento: mercados financeiros mais apertados, diminuição dos fluxos de capitais, pressões cambiais e preços menores de produtos básicos.
Muitas dessas economias estão mais capacitadas para enfrentar esses desafios, porque suas políticas econômicas melhoraram, seus fundamentos são mais sólidos e amortecedores podem ser usados para atenuar os choques.
Pelos critérios do FMI, no entanto, reservas internacionais são os únicos amortecedores disponíveis para o Brasil. Sem nomear países, o comunicado chama a atenção para a vantagem de países com maior espaço de manobra nas contas públicas. Os governos desses países poderão enfrentar a piora das condições internacionais sem aperto de gastos. Para os demais, a recomendação é cuidar da saúde das finanças públicas e buscar, ao mesmo tempo, a eficiência nos programas sociais e nos investimentos em infraestrutura.
O contraste entre o Brasil e os países com melhores condições fiscais - Chile, Colômbia e Peru são exemplos na América do Sul - foi apontado várias vezes durante a semana, tanto em relatórios quanto em declarações de dirigentes do Fundo Monetário Internacional.
Sem condições de contestar essa avaliação, as autoridades brasileiras limitaram-se a repetir as promessas de consertar as finanças do governo.
Estratégia. Além de arrumar as contas, o governo pretende passar a limpo a despesa, para gastar melhor e com mais eficiência, afirmou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, numa declaração preparada para a reunião do comitê político do Fundo Monetário Internacional. Até o fim do ano devem sair, acrescentou, os resultados iniciais da revisão.
A mesma promessa, cuidar da qualidade do gasto e da administração, foi feita pela presidente Dilma Rousseff no começo de seu primeiro mandato, em 2011, mas esse detalhe ficou fora do pronunciamento do ministro, ontem. A grande novidade, se houver alguma, será o cumprimento da promessa.
Sem mencionar a recessão, o ministro citou a expectativa de investimentos de US$ 50 bilhões em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Esse programa, explicou, deve ser parte dos esforços para aumentar o potencial de crescimento. A política deve incluir também a melhora do ambiente de negócios, para reduzir a insegurança em relação a regras e tornar o País mais atrativo.
Só um resultado concreto foi incluído na declaração: a melhora das contas externas. Faltou explicar a melhora, atribuível em parte à alta do dólar e em parte à recessão. O dólar barateou as exportações e encareceu as importações e a recessão derrubou a demanda de bens estrangeiros, tanto de consumo quanto de produção, como máquinas, equipamentos e matérias-primas.
Sombras. Sete anos depois do estouro da bolha financeira e do início da recessão, o panorama apresentado nas análises do Fundo é novamente cheio de sombras. A maior parte das economias voltou a crescer, mas as condições de comércio têm piorado para os exportadores de matérias-primas, em parte por causa da reforma e do menor crescimento da China.
Além disso, o fortalecimento da economia americana - basicamente uma boa notícia - abre caminho para a normalização da política monetária nos Estados Unidos. Isso deve resultar em breve em juros mais altos e essa perspectiva já tem afetado os mercados financeiro e de câmbio.
A perda de impulso da economia mundial se reflete nos padrões de intercâmbio. A Organização Mundial do Comércio (OMC) reduziu de 3,3% para 2,8% a projeção de crescimento das trocas em 2015 e de 4,0% para 3,9% a estimativa para 2016. A piora das perspectivas foi comentada pelo vice-diretor-geral da OMC, o chinês Yi Xioazhun, em declaração preparada para a reunião do Comitê Monetário e Financeiro.
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