Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Conjuntura Internacional

- Publicada em 08 de Outubro de 2015 às 22:22

Lagarde propõe reformas ao Brasil

Christine Lagarde citou como um dos desafios a desaceleração chinesa

Christine Lagarde citou como um dos desafios a desaceleração chinesa


CRIS BOURONCLE/AFP/JC
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, divulgou, na manhã desta quinta-feira em Lima, no Peru, que o Brasil precisa fazer uma série de reformas para voltar a crescer. Denominada "Respondendo a novas realidades", a agenda de Lagarde sugere a realização de reformas que garantam melhores condições de negócios, ampliação da qualidade da educação, modernização das relações trabalhistas e alterações que gerem ganhos de produtividade ao País.
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, divulgou, na manhã desta quinta-feira em Lima, no Peru, que o Brasil precisa fazer uma série de reformas para voltar a crescer. Denominada "Respondendo a novas realidades", a agenda de Lagarde sugere a realização de reformas que garantam melhores condições de negócios, ampliação da qualidade da educação, modernização das relações trabalhistas e alterações que gerem ganhos de produtividade ao País.
"Perspectivas de crescimento real e potencial têm sido repetidamente marcados para baixo, destacando preocupações sobre um novo fracasso. Muitos mercados emergentes estão enfrentando um grande abrandamento após anos de rápido crescimento que foi alimentado por preços das commodities flutuantes, condições financeiras externas favoráveis, crédito pós-crise e explosões de investimento e forte crescimento na China. A renda dos países em desenvolvimento, especialmente os produtores de commodities, tem se reduzido. Nas economias avançadas, a demanda continua deficiente e preocupações sobre a estagnação persistem. O potencial de crescimento é limitado pela desaceleração da produtividade e pelo envelhecimento da população", afirma o documento da diretora.
A agenda faz parte da reunião internacional do Fundo. No encontro, o Brasil tem sido um dos destaques negativos: foi o País que mais sofreu cortes nas expectativas de desempenho econômico (o órgão estima agora recessão de 3% neste ano e retração de 1% no ano que vem). Ao lado de Venezuela e Equador, é considerado por Lagarde com economias "em território negativo" e também um dos maiores desafios para a estabilidade financeira global.
Lagarde elenca reformas que ela propõe aos países para enfrentar, segundo informa, "um mundo incerto e em transformação". Citando como desafios a desaceleração chinesa, a queda nos preços internacionais dos produtos básicos e o aumento dos juros nos Estados Unidos (que deve encarecer ainda mais o dólar no País), ela afirma que cada país precisa fazer suas reformas para que o mundo cresça com mais força, de forma estável e um ambiente de multilateralismo.
O Fundo avalia que os resultados negativos nas contas públicas continuarão a se repetir. A estimativa do FMI é que somente a partir de 2017 o País voltará a registrar superávit primário. Após obter déficit primário de 0,6% do PIB no ano passado, o Brasil encerrará o ano com déficit de 0,4%. O resultado fiscal vai piorar em 2016, com déficit de 0,9%, e só voltará a ficar positivo em 2017, com superávit de 0,8%.
Pelas estimativas do Fundo Monetário Internacional, o superávit subirá para 2% do PIB em 2018 e alcançará 2,5% em 2019 e 2020. Oficialmente, a meta de superávit primário para 2015 será de 0,15% do PIB - dos quais 0,10% para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) e 0,05% para os estados e municípios.
Essa é a primeira vez que o FMI se reúne na América Latina em 50 anos. O encontro ocorre até domingo na capital peruana.

Preocupação com inflação leva Fed a adiar alta de juros

Turbulência nos mercados pesou na decisão, disse Yellen após a reunião

Turbulência nos mercados pesou na decisão, disse Yellen após a reunião


BRENDAN SMIALOWSKI/AFP/JC
Os participantes da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) realizada em 16 e 17 de setembro decidiram não elevar as taxas de juro de curto prazo por causa de preocupações persistentes sobre quando a inflação, que está abaixo da meta do Fed há mais de três anos, subirá para 2%. É o que diz a ata da reunião divulgada nesta quinta-feira.
O Fed havia sinalizado que poderia elevar nela as taxas de juro de curto prazo, que estão próximas de zero desde 2008. Mas os participantes da reunião concluíram que, embora a meta de "pleno emprego" estivesse perto de ser atingida, eles não estavam convencidos sobre a trajetória da inflação. A ata sugere que a decisão sobre quando começar a apertar a política monetária dependerá de os dirigentes do Fed ganharem mais confiança de que a inflação não seguirá abaixo da meta.
"Muitos membros disseram que a melhora nas condições do mercado de mão de obra já cumpriram ou cumpririam logo os critérios (do Fed) para começar a normalização da política. Mas alguns deles indicaram que sua confiança em que a inflação subiria gradualmente para a meta de 2% no médio prazo não cresceu", diz a ata.
A presidente do Fed, Janet Yellen, disse, ao fim da reunião, que a turbulência nos mercados financeiros e a debilidade de outros países pesaram bastante na decisão de manter as taxas de juro inalteradas. Segundo a ata, os participantes da reunião mostraram a preocupação de que "os recentes acontecimentos globais, econômicos e financeiros, impuseram alguma restrição à perspectiva da economia e colocaram uma pressão baixista adicional sobre a inflação no curto prazo".

IIF vê 'sinais de vida' em fluxos de investimentos para emergentes

O Instituto Internacional de Finanças (IIF) informou, nesta quinta-feira, que os fluxos de investimento de portfólio para mercados emergentes começaram a mostrar "sinais de vida". Na semana até 6 de outubro, esses fluxos ficaram em 54,7% no ranking de percentuais, ou seja, eles excederam 54,7% de todas as observações feitas nos últimos cinco anos. Para se ter uma ideia da melhora, nos últimos 14 dias, esse índice é de 16,7%, e, nos últimos três meses, de apenas 2,8%.
No caso dos fluxos para ações, o índice ficou em 58,9% na última semana, em 21,7% nas últimas duas semanas e em 1,6% nos últimos três meses. Nesse segmento, o IIF divulgou os dados sobre o Brasil. O índice para os fluxos de portfólio para ações brasileiras ficou em 69,9% na semana até 6 de outubro, o melhor entre os países listados pelo instituto. Nas últimas duas semanas, esse número era 46,9%, e, nos últimos três meses, 17,3%.
Já na renda fixa, o índice geral foi de 44,8% na última semana, de 20,4% nas últimas duas semanas e de 5,4% nos últimos três meses. Nesse caso, o IIF não dá os dados do Brasil. O melhor país é a África do Sul, com índice de 88,9% na semana até o dia 6 de outubro, de 64,0% nas últimas duas semanas e de 47,8% nos últimos três meses.