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Economia

- Publicada em 06 de Outubro de 2015 às 19:58

Moody's prevê queda de 3% do PIB

A agência de classificação de risco Moody's revisou para baixo sua projeção para o desempenho da economia brasileira este ano e no próximo. Relatório divulgado ontem indica que o PIB encolherá 3% em 2015 e 1% em 2016.
A agência de classificação de risco Moody's revisou para baixo sua projeção para o desempenho da economia brasileira este ano e no próximo. Relatório divulgado ontem indica que o PIB encolherá 3% em 2015 e 1% em 2016.
De acordo com a agência, a deterioração da condição fiscal, as turbulências políticas e as investigações de corrupção da Operação Lava Jato vão continuar a afetar negativamente a qualidade na oferta crédito tanto no setor público quanto privado em 2016. Esses fatores têm levado ao aumento do desemprego, à redução do consumo e dos salários reais, e, frente a esse cenário, a Moody's reviu as previsões para a atividade econômica do País.
Para este ano, a projeção passou de queda de 1,8%, anunciada em julho, para um recuo de 3%. Essa perspectiva é pior do que a baixa de 2,85% prevista por economistas consultados para a última edição do relatório Focus, do Banco Central, divulgada na segunda-feira. Já para o ano que vem, em vez de expansão de 1%, a agência agora espera uma retração de 1% - mesma perspectiva do Focus.
A Moody's não deve tirar o grau de investimento do Brasil ao menos até o início do próximo ano. Na avaliação da agência de rating, os cenários para a economia brasileira neste e no próximo ano estão claros - haverá retração do PIB e a relação dívida pública/PIB continuará crescendo -, o que pesará numa decisão será a tendência desses dois fundamentos para 2017 e 2018.
"A palavra-chave hoje é tendência, mais do que números. Tendência para a dívida pública e para o crescimento. Temos que esperar até o início do próximo ano e ver como evolui o relacionamento entre a administração federal e o Congresso", disse Mauro Leos, vice-presidente da Moody's, em apresentação da agência a executivos na manhã desta terça-feira em São Paulo.
O mais urgente para que se tenha uma sinalização positiva para a preservação do grau de investimento - o Brasil tem classificação Baa3, último degrau antes do grau especulativo na escala da agência -, segundo Leos, seria o governo conseguir consenso mínimo com o Congresso para a aprovação do Orçamento de 2016. "No curto prazo, o mais importante é o Orçamento do próximo ano", disse.
Para conseguir estabilização da relação dívida pública/PIB, o Brasil precisará crescer a uma taxa de 2% ao ano e obter superávits fiscais equivalente a 2% do PIB. "O Brasil não conseguirá alcançar uma situação fiscal sustentável a menos que cresça 2% ao ano e tenha superávit de 2%", disse o vice-presidente da agência.
Em 11 de agosto, a Moody's rebaixou a nota do Brasil de Baa2 para Baa3, o que mantém o País no grau de investimento, espécie de selo de bom pagador, mas apenas uma nota acima do nível especulativo. A perspectiva foi alterada de negativa para estável, o que indica que não haverá novas revisões a curto prazo. Em 9 de setembro, foi a vez da Standard & Poor's (S&P), que cortou classificação do País de BBB- para BB , suspendendo o chamado grau de investimento. O cenário econômico levou a entidade a colocar o rating em perspectiva negativa, o que aponta a possibilidade de novo rebaixamento do Brasil nos próximos meses.
De acordo com relatório da Moody's, com a diminuição da demanda, o aumento dos custos de financiamento e o crescimento da inadimplência, além da redução do investimento, os emissores de dívida serão pressionados na maioria dos setores.
Embora a maior parte dos tomadores de empréstimo não financeiro que têm grau de investimento no Brasil tem taxas adequadas de liquidez pelo menos até meados de 2016, os acessos a mercados internacionais ficarão mais caros para os que não têm grau de investimento, afetando planos de expansão e de melhoria do capital, de acordo com a Moody's.
Além disso, destaca a agência de classificação de risco, preços baixos do petróleo, dos metais e de produtos agrícolas vão afetar as performances de Petrobras, Vale e outros produtores de commodities.
A recessão brasileira e a baixa confiança do consumidor diminuirão à demanda por telecomunicações, construção de moradias e de empresas aéreas. Já a desvalorização do real vai favorecer os setores exportadores, como carnes e papéis. A Lava Jato, destaca a agência, manterá o abalo no setor de construção e mesmo empresas não ligadas à Petrobras vão continuar a ter dificuldades para levantar fundos no Brasil e no exterior.
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