Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 06 de Outubro de 2015 às 19:42

Poupança perde R$ 5,3 bilhões em setembro

Resgates bateram aplicações em todos os meses deste ano, aponta BC

Resgates bateram aplicações em todos os meses deste ano, aponta BC


JOÃO MATTOS/JC
Em plena recessão e corrosão dos salários com a alta da inflação e com juros, e dólar tornando outras aplicações mais atrativas, a poupança voltou a sucumbir em setembro. Os saques da caderneta foram R$ 5,3 bilhões maiores do que os depósitos, tornando o mês passado o pior setembro dos últimos 20 anos para o investimento.
Em plena recessão e corrosão dos salários com a alta da inflação e com juros, e dólar tornando outras aplicações mais atrativas, a poupança voltou a sucumbir em setembro. Os saques da caderneta foram R$ 5,3 bilhões maiores do que os depósitos, tornando o mês passado o pior setembro dos últimos 20 anos para o investimento.
Enquanto os brasileiros aplicaram R$ 158,2 bilhões na poupança no mês passado, a quantia de resgates somou R$ 163,5 bilhões. Contando com os rendimentos no período, de R$ 4,2 bilhões, o total de recursos investido na caderneta no País está em R$ 644,1 bilhões.
No ano até setembro, o volume retirado dessa aplicação - já descontados os depósitos - foi de R$ 53,8 bilhões. Também se trata do maior montante nos primeiros nove meses de um ano desde 1995, quando o Banco Central (BC) começou a compilar as informações.
Até então, o pior setembro para a caderneta havia sido em 2000. Na ocasião, o resultado ficou negativo em R$ 1,9 bilhão, volume que foi ultrapassado com folga neste ano. O resultado de 2015 até agora também é significativo: pela primeira vez desde 2003, vê-se um volume de resgates maior do que o de aplicações em todos os meses de um ano de janeiro a setembro.
A situação de setembro só não foi pior, porque, no último dia do mês, a quantidade de aplicações foi R$ 4,2 bilhões maior do que o das retiradas. Até o dia 29, o saldo da caderneta estava no vermelho em R$ 9,5 bilhões. É comum ocorrer um aumento dos depósitos no último dia de cada mês por conta de aplicações programadas já automaticamente por investidores com seus próprios bancos.
Para o BC, há evidências de que boa parte dos saques de poupança vistos desde o início do ano é de um grupo considerado de "novos investidores", que tinham escolhido a caderneta no passado como uma forma de investimento em um momento de maior rentabilidade dessa aplicação. "O depósito de poupança é estável tradicionalmente. Mesmo quando há migração, o depósito de poupança - mais a rentabilidade - tem estabilidade grande historicamente, mesmo em momentos de alta de juros. É muito estável", avaliou recentemente o diretor de fiscalização do BC, Anthero Meirelles.
Apenas neste ano, o dólar registra uma valorização de 45%. No mesmo período, a taxa básica de juros teve tendência de alta desde o final do ano passado e atualmente está em 14,25% ao ano. Já a remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), que variou de 0,0905 a 0,2499 no mês passado. Assim, o ganho com a caderneta para as contas com aniversário dia 1 de outubro, por exemplo, foi de 0,6799% de agosto para setembro.
Para a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a tendência para os próximos meses é de que este movimento de redução no volume dos depósitos da poupança se acentue. Isso porque deve permanecer, durante todo o ano de 2015, o quadro de inflação e juros elevados, queda de renda e do emprego, e rentabilidade da poupança reduzida frente aos fundos de investimentos.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO