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Economia

- Publicada em 04 de Outubro de 2015 às 18:50

Setor eletrointensivo descarta investimentos

No Brasil, a eletricidade representa cerca de 60% do custo do alumínio

No Brasil, a eletricidade representa cerca de 60% do custo do alumínio


LEO RAMIREZ/AFP/JC
O atual patamar de preço da energia e as incertezas em relação ao futuro da economia brasileira criam um cenário que inviabiliza novos investimentos nas indústrias de alumínio e cloro-soda. Eletrointensivos, os dois setores convivem, neste momento, com a baixa taxa de utilização das linhas de produção e o risco de fechamento de unidades, realidade enfrentada por cinco fábricas de alumínio primário nos últimos cinco anos. Por trás do momento adverso está não apenas a situação econômica brasileira, mas também o elevado custo da energia e a consequente perda de competitividade da indústria nacional.
O atual patamar de preço da energia e as incertezas em relação ao futuro da economia brasileira criam um cenário que inviabiliza novos investimentos nas indústrias de alumínio e cloro-soda. Eletrointensivos, os dois setores convivem, neste momento, com a baixa taxa de utilização das linhas de produção e o risco de fechamento de unidades, realidade enfrentada por cinco fábricas de alumínio primário nos últimos cinco anos. Por trás do momento adverso está não apenas a situação econômica brasileira, mas também o elevado custo da energia e a consequente perda de competitividade da indústria nacional.
"No mundo, a energia (na produção de alumínio primário) representa entre 30% e 35% do custo. No Brasil, se considerarmos apenas a energia adquirida, esse número fica em 60%", compara o presidente executivo da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Milton Rego. O setor de alumínio atualmente produz 65% de toda a energia que consome no Brasil, mas 35% ainda é resultado de compra no mercado livre.
Diante da dependência externa de energia e do crescente aumento dos custos, a competitividade da produção local encolheu de um patamar de 1,8 milhão de toneladas de alumínio primário em 2008 para menos de 800 mil toneladas projetadas para este ano. O consumo doméstico, por outro lado, cresce em média o equivalente a duas vezes a variação do PIB. "O Brasil trabalha hoje com cerca de 50% de capacidade ociosa. Nenhuma indústria sobrevive a isso", afirmou Rego. O resultado foi o fechamento ou suspensão de cinco fábricas nos últimos anos.
No setor de cloro-soda, importante cadeia da indústria química, a situação é semelhante, embora em condições menos preocupantes. A taxa de utilização das fábricas neste ano está em 83%, abaixo do patamar mínimo considerado desejado, de 87%. "Nossa competitividade no cenário internacional está ameaçada, principalmente em função do custo da energia elétrica", afirma o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), Martim Afonso Penna.
Levantamento conduzido pela Fipe, a pedido da Abiclor, aponta que a energia elétrica representava 46% do custo operacional do setor em 2013. A carga tributária, no mesmo ano, representava outros 25% da receita anual. "O custo médio da energia no setor cresceu 8,6% ao ano entre 2007 e 2013, superando em 3,1 pontos percentuais ao ano a inflação, o que resultou em redução da produção e, por isso, não há mais investimentos", sintetiza o executivo da Abiclor.
Tão preocupante quanto o atual momento enfrentado pela indústria eletrointensiva brasileira, o cenário futuro também se mostra desafiador. No caso da indústria de alumínio primário, aponta Rego, há uma tendência de descontratação de energia até 2025, resultado do fim das concessões associadas a projetos de autoprodução elétrica ou de "blocos de energia" comprados pela indústria de alumínio em anos passados. "A indústria de alumínio primário é uma indústria de capital intensivo, um investimento para décadas e, por isso, a previsibilidade é fundamental para o planejamento das empresas", alerta.
Para reverter a situação, Rego aposta em um modelo que garanta competitividade, semelhante ao aprovado na relação entre a energética Chesf e companhias instaladas no Nordeste, onde o custo da energia é diferenciado em relação ao oferecido em outras regiões.
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