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Trabalho

- Publicada em 01 de Outubro de 2015 às 21:49

Emprego cai 6% em Caxias do Sul em 2015

Desemprego é uma consequência da estagnação econômica da cidade

Desemprego é uma consequência da estagnação econômica da cidade


LUIZ CHAVES/PREFEITURA DE CAXIAS DO SUL/JC
Com três meses seguidos de números negativos na geração de empregos, os setores do comércio e dos serviços confirmam a grave situação do mercado de trabalho em Caxias do Sul. Atividades que até então absorviam os trabalhadores dispensados pela indústria, agora também são geradoras de desemprego. Na avaliação de Carlos Zignani, diretor do Departamento de Economia, Finanças e Estatística da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC), o resultado expõe o esgotamento da capacidade de empregabilidade da economia de Caxias do Sul.
Com três meses seguidos de números negativos na geração de empregos, os setores do comércio e dos serviços confirmam a grave situação do mercado de trabalho em Caxias do Sul. Atividades que até então absorviam os trabalhadores dispensados pela indústria, agora também são geradoras de desemprego. Na avaliação de Carlos Zignani, diretor do Departamento de Economia, Finanças e Estatística da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC), o resultado expõe o esgotamento da capacidade de empregabilidade da economia de Caxias do Sul.
A economista Maria Carolina Gullo, assessora de economia e estatística da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), estima piora deste cenário no final do ano. "Dezembro, naturalmente, é um mês de dispensas. Neste, em especial, deverá haver agravamento do quadro". Agosto fechou com estoque de 172.541 empregos formais, em queda de 4% no acumulado do ano e de 6,29% em 12 meses. O número é similar ao que as empresas tinham em 2010.
O desemprego é uma das consequências reais da estagnação da atividade econômica de Caxias do Sul neste ano. Com os números referentes ao mês de agosto, a economia local deve encerrar o ano com recuo na casa de 17% a 20%, o dobro do consolidado em 2009, ano da crise financeira mundial. A indústria, ainda a principal atividade produtiva da cidade, pode alcançar variação negativa de até 22%. "Não há qualquer sinal que indique mudança neste quadro de marasmo, decorrente da falta de confiança do investidor e do consumidor, provocada pelas incertezas políticas. Hoje, temos uma presidente que não preside. O cenário é desalentador", resumiu Zignani.
O impacto do desemprego não se limita à redução do consumo no comércio, que vê, a cada mês, crescer os indicadores de inadimplência. Agosto encerrou com 70.489 CPF's na base de dados do Serviço de Proteção ao Crédito, o maior número para o mês desde 2012 e 4,5% acima do apurado no mesmo período do ano passado. O fato também é atribuído à redução da massa salarial na indústria: no acumulado de oito meses o indicador é 21,3% inferior ao mesmo período do ano passado. Em agosto, diante de igual mês de 2014, a perda foi de 30%.

Flexibilização de jornada em empresas metalmecânicas inibe número maior de demissões

A situação do desemprego em Caxias do Sul poderia ser pior não fossem duas situações bem distintas. A primeira é a adoção da flexibilização de jornada de trabalho em uso na indústria metalmecânica e incorporada já há alguns na convenção coletiva da categoria. Pelo sistema, as empresas podem reduzir em até seis dias a jornada mensal de trabalho. Metade das horas é descontada dos salários e a diferença assumida pela organização. Há empresas que optam por não descontar os salários e recuperar em períodos de produção mais elevada.
No acordo deste ano foi acertado que a flexibilização pode ser usada por até nove meses - até então o prazo era de seis meses. No entanto, fica proibida nos três primeiros meses a demissão de trabalhadores nas empresas que fazem uso da ferramenta e, nos seguintes, é admitida rotatividade de 1,5% do quadro. Atualmente a medida é usada pelas empresas Marcopolo, Agrale e Randon, as maiores empregadoras da cidade.
Outro fator que tem impedido maior número de dispensas é de natureza econômica e atinge, principalmente, empresas de pequeno porte. Segundo lideranças de entidades sindicais empresariais, da indústria e do comércio, número expressivo de empresas estaria sem fluxo de caixa para garantir o pagamento das rescisões dos trabalhadores.