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Governo Federal

- Publicada em 30 de Setembro de 2015 às 19:34

Dilma troca Mercadante por Jaques Wagner

Atendendo a pressões, presidente Dilma Rousseff comunicou a sua decisão ontem ao vice Michel Temer

Atendendo a pressões, presidente Dilma Rousseff comunicou a sua decisão ontem ao vice Michel Temer


EVARISTO SA/AFP/JC
A presidente Dilma Rousseff (PT) comunicou ao vice-presidente Michel Temer (PMDB) no fim da manhã de ontem sobre a troca nos ministérios. A presidente resistia em tirar o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), mas a pressão do PT foi intensificada após a decisão da presidente de dar ao PMDB o Ministério da Saúde.
A presidente Dilma Rousseff (PT) comunicou ao vice-presidente Michel Temer (PMDB) no fim da manhã de ontem sobre a troca nos ministérios. A presidente resistia em tirar o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), mas a pressão do PT foi intensificada após a decisão da presidente de dar ao PMDB o Ministério da Saúde.
Sem esta pasta, os petistas se viram com menos poder no governo e vinham reclamando da atuação de Mercadante. A ida de Jaques Wagner (PT) para a Casa Civil atende a um pedido do ex-presidente Lula (PT), que o considera mais habilidoso para o cargo.
Além de atender ao PT e a Lula, a saída de Mercadante deve garantir uma melhora nas relações com o PMDB e com o Congresso, muito desgastadas pelo perfil considerado "arrogante" de Mercadante pelos parlamentares e pela maioria dos peemedebistas.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse ontem aos senadores petistas que, assim como a maioria do partido, está insatisfeito com a perda de espaço no governo para acomodar o PMDB.
Ao chegar ontem para participar de audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse que, se for convidado para assumir a Casa Civil, assumirá essa tarefa. O ministro afirmou que, por enquanto, a saída de Mercadante da Casa Civil e a escolha de seu nome para ocupar a pasta é "especulação". "Só especulação. Por enquanto sou ministro da Defesa, tanto que estou aqui atendendo ao convite da comissão. Se for efetivado o convite, a gente sempre assume a tarefa. Sou parte desse projeto, no que eu puder ajudar, vou continuar ajudando", disse Jaques Wagner, ao responder a pergunta de jornalista que indagou se ele estaria preparado para assumir a Casa Civil.
O ministro Mercadante deve trocar a Casa Civil pelo Ministério da Educação, pasta que já ocupou anteriormente.
Com a saída de Wagner para a Defesa, Aldo Rebelo (PCdoB) será remanejado para a função. Ontem à noite, a cúpula do PMDB também recebeu a garantia de Dilma que Helder Barbalho, ministro da Pesca, irá para os Portos, já que sua atual pasta será extinta.
Barbalho esteve com Dilma no começo da noite de ontem, no Palácio do Planalto, quando foi comunicado do fechamento da Pesca. A nova Secretaria de Governo, a ser comandada pelo petista Ricardo Berzoini, vai englobar a Secretaria das Micro e Pequenas Empresas, o Gabinete de Segurança Institucional e a Secretaria-Geral, com status de ministério.
A relação com os movimentos sociais, hoje com a Secretaria-Geral, será transferida para o novo Ministério da Cidadania, a ser comandado por Miguel Rossetto (PT).

'Dilma Bolada rompeu com o governo', diz autor da paródia

A crise política enfrentada pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT) ultrapassou o Congresso Nacional e chegou ontem também às redes sociais. Autor da paródia presidencial "Dilma Bolada", que conta com mais de 400 mil seguidores no Twitter, o publicitário Jeferson Monteiro anunciou que a personagem virtual rompeu com a petista.
Monteiro recebeu dinheiro da campanha de Dilma em 2014. Em sua página no Facebook, o publicitário admitiu que presta serviços para a agência Pepper, que trabalha para o PT, desde o início de 2015. A reportagem não identificou se ele continua recebendo da agência.
A decisão foi tomada após a presidente oferecer sete ministérios ao PMDB na nova configuração da Esplanada, em um esforço para recompor sua base aliada para aprovar o ajuste fiscal e evitar a abertura de um processo de impeachment.
"Eu não apoio mais (o governo federal), e a Dilma Bolada rompeu. Já que a presidente foi para o outro lado, a Dilma Bolada permanece do lado que sempre esteve", disse Monteiro. "Infelizmente, chegamos a um ponto no qual é impossível que eu continue a apoiar o governo Dilma", acrescentou.
Em um desabafo publicado em seu perfil particular nas redes sociais, o autor de "Dilma Bolada" afirmou que o governo "acabou" e que, para a presidente, o que importa é apenas o apoio do empresariado e do partido do vice-presidente Michel Temer. "Dilma não precisa do meu apoio no governo dela. Nem o meu e nem o de ninguém que votou nela. Afinal, para ela, só importa o apoio do PMDB. Trocou o governo pelo cargo", criticou.
Monteiro avaliou ainda que a postura da administração da petista não condiz com o que esperavam os 54 milhões de brasileiros que a elegeram em 2014. Para ele, o que resta agora é repetir os versos da música "Vou Festejar", cantada por Beth Carvalho e composta por Jorge Aragão.
"Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão", escreveu.
O autor da paródia da petista era frequentemente recebido no Planalto, inclusive para reuniões reservadas com a presidente.