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Governo Federal

- Publicada em 29 de Setembro de 2015 às 18:43

Dilma demite o ministro da Saúde pelo telefone

Após desgaste político, Arthur Chioro disse que se sentia 'rifado'

Após desgaste político, Arthur Chioro disse que se sentia 'rifado'


FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR/JC
A presidente Dilma Rous- seff (PT) demitiu por telefone, ontem, o ministro da Saúde, Arthur Chioro (PT). Em uma conversa fria, ela afirmou ao petista que ele fica no cargo até amanhã, data em que deve ser anunciada a nova configuração da Esplanada dos Ministérios.
A presidente Dilma Rous-
seff (PT) demitiu por telefone, ontem, o ministro da Saúde, Arthur Chioro (PT). Em uma conversa fria, ela afirmou ao petista que ele fica no cargo até amanhã, data em que deve ser anunciada a nova configuração da Esplanada dos Ministérios.
Segundo relatos, a petista ficou irritada com declarações recentes do ministro à imprensa e com a suspeita de que ele estaria trabalhando para se manter no cargo junto a médicos sanitaristas e profissionais do ramo da saúde.
Na semana passada, o ministro já havia reunido sua equipe de secretários para falar de sua saída do cargo. O encontro foi realizado no mesmo dia em que o Palácio do Planalto informou ao ministro que seu posto seria oferecido ao PMDB na reforma administrativa.
Na época, Chioro chegou a se queixar de que se sentia "rifado" pelo governo federal. O nome mais cotado para assumir a Saúde é do deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI). O parlamentar é formado em medicina e especializado em psiquiatria. Chioro não é o primeiro ministro dos governos petistas demitido por telefone. Em 2004, o então presidente Luiz Inácio Lulada Silva (PT) exonerou da mesma forma o então ministro da Educação, Cristovam Buarque, que passava férias em Portugal. Chateado, Buarque avaliou como uma "desconsideração" ter sido demitido pelo telefone.
O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) criticou ontem as negociações que o governo da presidente Dilma tem feito com os partidos da base aliada para a reforma ministerial, que pretende anunciar ainda nesta semana. Para o tucano, a presidente distribui "nacos de poder como em uma feira livre" para quem "der a melhor oferta".

Presidente avalia dar sete ministérios para o PMDB

Em reunião na manhã de ontem com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), a presidente Dilma Rousseff (PT) disse que está avaliando a possibilidade de dar ao PMDB sete ministérios na reforma que deverá anunciar até amanhã. O partido comanda atualmente seis pastas.
Dilma afirmou ao vice que foi aconselhada a isso pelo ex-presidente Lula (PT) e pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Ela explicou que tem dificuldades de ampliar o espaço do partido no momento em que está cortando o número de ministérios. Se resolver aumentar a participação do PMDB, o partido ficará com os ministérios de Saúde, Minas e Energia, Agricultura, Turismo, Portos, Aviação Civil e um sétimo ainda indefinido.
Enquanto Dilma e Temer conversavam, os ministros das Comunicações, Ricardo Berzoini (PT), e da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), se reuniram com os líderes da base aliada na Câmara dos Deputados para pedir apoio à manutenção dos vetos, principalmente o que reajusta os salários do Judiciário. Berzoini disse aos deputados que a votação marcada para amanhã será um sinalizador das relações do Congresso com o governo.
Segundo Berzoini disse aos deputados, a presidente assinará a sanção do projeto de reforma política. No entanto, ela ainda não definiu se o texto será publicado em edição extra do Diário Oficial da União hoje. A presidente decidiu vetar o voto impresso a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que argumentou que a medida teria alto impacto financeiro para a Justiça Eleitoral.

Dilma distribui "nacos de poder em feira livre", diz Aécio

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou ontem as negociações que o governo da presidente Dilma Rousseff tem feito com os partidos da base aliada para a reforma ministerial, que pretende anunciar ainda nesta semana. Para o tucano, a presidente distribui "nacos de poder como em uma feira livre" para quem "der a melhor oferta".
"(A reforma) está tendo como resultado a desqualificação ainda maior de um governo muito pouco qualificado. A forma como a presidente da República está distribuindo nacos de poder, como em uma feira livre, distribuindo para quem der a melhor oferta áreas de tamanha relevância como o Ministério da Saúde sendo trocado por 20, 30 votos, o Ministério da Infraestrutura por outros 10 votos. É a negação de tudo o que o Brasil precisava estar vivendo. Essa era a oportunidade do retorno à meritocracia", afirmou o senador.
Aécio acusou Dilma de ter dito durante a campanha eleitoral do ano passado que o chamado "toma lá, dá cá" da política nacional estava encerrado mas disse que a prática voltou "com toda a velocidade e profundidade". "A presidente da República acha que governa mas é governada pela pior das lógicas, do toma lá, dá cá", disse.
O tucano criticou ainda a possibilidade de o governo retirar o status de ministério da CGU (Controladoria-Geral da União) na reforma administrativa e chamou a iniciativa de "criminosa". Entre as ideias que já foram apresentadas uma seria alocar a pasta, responsável pelo controle interno dos atos de todos os ministérios, sob a guarda da Casa Civil ou da Justiça.