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Internacional

- Publicada em 29 de Setembro de 2015 às 14:40

Cuba pressiona pelo fim do embargo

Raúl Castro e Barack Obama se reuniram ontem na sede da ONU

Raúl Castro e Barack Obama se reuniram ontem na sede da ONU


MANDEL NGAN/AFP/JC
O governo de Cuba defendeu ontem que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, use seus poderes executivos de maneira mais agressiva para suspender dispositivos do embargo econômico contra a ilha. O ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, disse que o ritmo do processo de normalização das relações entre os dois países dependerá de progressos nessa direção.
O governo de Cuba defendeu ontem que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, use seus poderes executivos de maneira mais agressiva para suspender dispositivos do embargo econômico contra a ilha. O ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, disse que o ritmo do processo de normalização das relações entre os dois países dependerá de progressos nessa direção.
"Não haverá avanços substanciais no processo de normalização sem mudanças substanciais na aplicação do bloqueio", disse Rodríguez, em entrevista coletiva concedida depois do encontro entre Obama e o presidente de Cuba, Raúl Castro, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. "As faculdades executivas do presidente são amplíssimas."
O ministro classificou de "muito limitadas" as alterações no embargo feitas por Obama desde dezembro, quando os países fizeram o histórico anúncio de restabelecer relações diplomáticas depois de um rompimento de 53 anos. Segundo ele, o presidente tem poderes para suspender por decreto vários outros aspectos do embargo, mesmo que o Congresso dos EUA não aprove a suspensão das sanções.
Obama é favorável ao fim das sanções econômicas, mas enfrenta oposição da maioria republicana na Câmara e no Senado. Quando anunciou o reatamento dos laços com Cuba, o presidente disse que se engajaria em uma discussão com os parlamentares para tentar revogar as medidas, impostas em 1961 e ampliadas na década de 1990.
Rodríguez observou que os dois países devem aproveitar o período restante do mandato de Obama - que deixa a Casa Branca em janeiro de 2017 - para avançar no processo de normalização. Existe o temor de que a eventual vitória de um candidato republicano nas eleições presidenciais de novembro de 2016 congele ou reverta o movimento iniciado por Obama e Castro.
Entre possíveis mudanças, Rodríguez citou o fim das restrições de viagens de norte-americanos a Cuba. Em alterações no embargo aprovadas em janeiro e há duas semanas, o governo dos EUA ampliou as situações nas quais seus cidadãos podem ir à ilha, mas viagens de turismo continuam proibidas. O ministro também mencionou a autorização para empresas norte-americanas investirem no país. "Cuba é provavelmente o único país do mundo em que empresas estrangeiras não enfrentam a concorrência de empresas dos Estados Unidos."
O encontro entre Obama e Castro foi o segundo desde dezembro e durou pouco mais de 20 minutos. Ambos haviam se reunido em abril no Panamá, durante a Cúpula das Américas. Rodríguez disse que os presidentes falaram sobre a visita do Papa Francisco a Cuba e aos EUA e examinaram temas bilaterais e multilaterais.
Para o chanceler, a normalização plena das relações só será possível com o fim do embargo, a devolução da base naval de Guantánamo e o pagamento de indenização por danos provocados pelas sanções. A mesma posição foi defendida na segunda-feira por Raúl em discurso na 70ª Assembleia Geral da ONU.
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