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Geral

- Publicada em 29 de Setembro de 2015 às 22:42

Inverno quente deve alavancar casos de dengue

Segundo Maria Mercedes, situação pode ser semelhante à de 2013

Segundo Maria Mercedes, situação pode ser semelhante à de 2013


Marcelo G. Ribeiro/JC
Isabella Sander
Com o aumento das temperaturas, crescem também as chances de proliferação de dengue. Em Porto Alegre, onde, há dois anos, ocorreu uma epidemia, a hipótese de um novo surto da doença no verão já é cogitada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em entrevista coletiva realizada ontem, o coordenador-geral de Vigilância em Saúde, José Carlos Sangiovanni, mostrou apreensão com a possibilidade de as condições meteorológicas da próxima estação serem as mesmas de 2013.
Com o aumento das temperaturas, crescem também as chances de proliferação de dengue. Em Porto Alegre, onde, há dois anos, ocorreu uma epidemia, a hipótese de um novo surto da doença no verão já é cogitada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em entrevista coletiva realizada ontem, o coordenador-geral de Vigilância em Saúde, José Carlos Sangiovanni, mostrou apreensão com a possibilidade de as condições meteorológicas da próxima estação serem as mesmas de 2013.
"Naquela época, que também foi de calor intenso, houve 219 casos confirmados, sendo 69 importados e 150 autóctones. Sabemos que a dengue veio para ficar no município, então precisamos estar conscientes, pois podemos chegar a até 80 mil casos em um só ano", destaca. Em 2013, em âmbito nacional, 1,4 milhão de pessoas tiveram dengue.
Conforme a bióloga Maria Mercedes Bendati, da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde, a doença atinge mais de 100 milhões de pessoas no mundo anualmente, mas, nos últimos tempos, tem mudado seu comportamento, se expandindo para localidades como França e Japão. "As mudanças climáticas e o aumento do acesso a viagens por parte das populações faz com que o mosquito da dengue consiga chegar a locais em que anteriormente não conseguia", explica.
O levantamento da coordenadoria começa por 2001, quando houve 11 casos de dengue. Em 2002, com a realização do Fórum Social Mundial e a vinda de muitos estrangeiros para a Capital, o número aumentou para 124. O aparecimento de casos autóctones, contudo, só ocorreu em 2010, em baixa proporção. Após o surto de 2013, o ano passado teve taxas de infecção muito menores, com um total de 23 casos, e somente seis deles autóctones.
Neste ano, porém, as estatísticas voltaram a subir, chegando, até o momento, a 71 confirmações de dengue, sendo 54 importadas e 17 contraídas na Capital. No Rio Grande do Sul, o crescimento das ocorrências da enfermidade foi de 1.039% em relação ao ano passado, passando de 1.607 para 100 episódios nos sete primeiros meses. "A dengue é sazonal e acontece principalmente em épocas de calor. O problema é que, em 2015, houve muito poucos dias de frio, o que manteve os mosquitos vivos", observa Maria Mercedes.
Atualmente, há 772 armadilhas para mosquitos Aedes aegypti em 25 bairros de Porto Alegre. A Capital é referência nacional no combate à doença. As equipes da Vigilância em Saúde realizam um monitoramento semanal dos equipamentos, que formam um mapa disponibilizado à população no site http://ondeestaoaedes.com.br/. Três vezes por ano (em outubro, janeiro e março), é feito, também, o Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa), com a coleta de larvas do mosquito vetor da dengue em bairros que não possuem as armadilhas.
Na opinião da bióloga, é importante que os moradores façam a sua parte. "O cuidado com os potinhos de plantas e com o pátio é de responsabilidade dos cidadãos. Seria impossível a prefeitura fazer essa manutenção, uma vez que já precisa cuidar de muitos locais públicos", destaca.
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