A saída para enfrentar os gargalos da logística no Brasil é apostar na multimodalidade. O atual modelo, voltado predominantemente para rodovias, gera um prejuízo de 12,5% em relação ao PIB do País, segundo o cálculo apresentado pelo presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Pedro Moreira, no Tá na Mesa, na Federasul. Além de integrar os modais, a entidade reforça que os governos federal e estadual escolham as concessões como meio para acelerar os investimentos em plataformas logísticas e na gestão dos programas existentes, que apresentaram baixa execução orçamentária ao longo dos últimos anos.
Para melhorar o cenário da logística, a Abralog calcula que seja investido, no mínimo, 4% do PIB pelos próximos 20 anos. Outra deficiência apontada é a dificuldade de encontrar profissionais qualificados para atuar na área. "Temos mais experiências do que especialistas", alertou, ao afirmar que este é um novo nicho.
Com um crescimento na casa dos 8% em 2014, o setor não espera números positivos para 2015. "Somente na venda de empilhadeiras, equipamento essencial para o desempenho da logística, tivemos uma retração de 40%", contou o presidente ao destacar que, no Brasil, falta o conceito de multimodalidade como forma de alavancar a logística. "Ainda estamos enfrentando uma média de 3 mil km de estradas, enquanto o adequado seria 600 km e a combinação com outro modal", explicou Moreira, ao lembrar que no País existem 44 mil km de rios navegáveis. Além da multimodalidade, a Abralog pontua como necessária maior acessibilidade, capacidade e eficiência nos portos, a expansão do sistema de armazenagem, ampliação da malha ferroviária, da atividade hidroviária e dutoviárias, além de balanceamento da matriz de transportes, equilíbrio quando da avaliação dos impactos ambientais decorrentes de intervenções logísticas e a criação de plataformas logísticas.