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Indústria

- Publicada em 29 de Setembro de 2015 às 17:34

Vendas de veículos devem recuar até 24% neste ano

Novas previsões dos fabricantes de automóveis são mais pessimistas

Novas previsões dos fabricantes de automóveis são mais pessimistas


VOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO/JC
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, previu ontem que as vendas totais de veículos novos no Brasil devem cair entre 23% e 24% neste ano ante 2014. A nova previsão é mais pessimista do que a retração de 20,6% projetada até então pela entidade. Segundo o executivo, as novas projeções só deverão ser divulgadas oficialmente na próxima semana, pois a área técnica da associação ainda está terminando de fechar as novas estimativas.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, previu ontem que as vendas totais de veículos novos no Brasil devem cair entre 23% e 24% neste ano ante 2014. A nova previsão é mais pessimista do que a retração de 20,6% projetada até então pela entidade. Segundo o executivo, as novas projeções só deverão ser divulgadas oficialmente na próxima semana, pois a área técnica da associação ainda está terminando de fechar as novas estimativas.
"Confesso que achei que tínhamos chegado ao fundo do poço em abril, mas aí descobri que tinha um porão", afirmou o executivo. De acordo com Moan, as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus novos só devem apresentar uma retomada a partir do quarto trimestre de 2016, quando, segundo ele, deverá haver um "retorno ao crescimento lento, mas sustentável". Nos três primeiros trimestres do próximo ano, ele prevê "estabilidade" nos emplacamentos.
Apesar de reconhecer que as vendas já chegaram ao fundo do poço, o presidente da Anfavea avaliou que a crise atual da indústria automotiva brasileira não é a pior que o setor já passou. Em sua fala, o executivo lembrou que, na década de 1980, as vendas de veículos novos no Brasil chegaram a cair mais de 40%.
De janeiro a agosto deste ano, os emplacamentos de veículos leves e pesados no País acumulam retração de 21,4% na comparação com igual período de 2014, de acordo com dados da Anfavea.
Para sair desse cenário de crise, Moan destacou que a Anfavea está adotando uma série de ações estruturantes. Uma delas, citou, foi a simplificação da transferência de veículos usados. De acordo com ele, a medida, anunciada neste mês, deve gerar uma economia de R$ 6,5 bilhões por ano para as revendas.
"Pouca gente sabe, mas o mercado de automóveis como um todo não caiu. Neste ano, até agosto, têm crescimento de 3% ante mesmo período de 2014, juntando veículos novos e usados", ressaltou.
O presidente da Anfavea destacou que os investimentos de montadoras no Brasil devem superar R$ 80 bilhões entre 2012 e 2018. O executivo ressaltou que, desse total, mais de R$ 14 bilhões serão destinados à engenharia e ao desenvolvimento tecnológico.
Segundo Moan, apesar da crise que leva as vendas de veículos novos a caírem mais de 20% neste ano, o mercado brasileiro é "promissor". "Somos o sétimo maior mercado do mundo. Esse é o grande atrativo para que empresas continuem investindo no Brasil", disse ele. Em sua fala, o executivo fez um apelo às novas montadoras que estão se instalando no País a investirem em desenvolvimento tecnológico.

GM renegocia contratos e até corta café de funcionários

Em meio à crise que leva as vendas de veículos novos no Brasil a caírem mais de 20% neste ano, a General Motors (GM) tem tomado uma série de medidas de eliminação de custos, que vão desde o corte do cafezinho para funcionários à renegociação de contratos com fornecedores, tanto os fechados em moeda nacional como em dólar, afirmou ontem o presidente da montadora no Brasil, Santiago Chamorro.
"Hoje, todos esses contratos são alvos de conversação com fornecedores", comentou o executivo. De acordo com Chamorro, a renegociação com fornecedores tem sido uma prática adotada nesse período de alta dos preços de insumos não só pela GM, mas todas as montadoras. Para ele, não fazer isso significa perder volume de vendas e competitividade.
Chamorro lembrou que a montadora tem adotado medidas de corte de produção. Durante toda esta semana, metalúrgicos das fábricas de Mogi das Cruzes e de São Caetano do Sul, em São Paulo, estão em "day-off" (folgas).
A montadora também está estudando aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) nas unidades de São Caetano e Gravataí. As negociações com o sindicato, contudo, ainda não começaram. "Estamos avaliando as medidas mês a mês e usando todas as ferramentas para manter o nível de produção adequado", afirmou. Chamorro reconheceu, contudo, que, se o mercado nacional intensificar a queda, a montadora terá de reavaliar a estratégia utilizada até agora. De janeiro a agosto, os emplacamentos acumulam queda de 21,4% ante igual período de 2014.
Já as exportações da GM devem crescer mais de 70% neste ano em relação a 2014, puxadas pelas vendas para México e África do Sul. Segundo Chamorro, a marca deve exportar 60 mil unidades em 2015, ante 35 mil veículos vendidos para fora no ano passado.