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Saúde

- Publicada em 28 de Setembro de 2015 às 22:22

Estado lançará aplicativo de combate às drogas

Fórum ?reuniu secretários para falar sobre a luta contra a drogadição

Fórum ?reuniu secretários para falar sobre a luta contra a drogadição


FREDY VIEIRA/JC
Com o objetivo de reduzir o consumo e conscientizar sobre os malefícios provocados pelo uso de drogas, o governo do Estado lançará, nos próximos meses, um aplicativo trazendo informações aos usuários. "Será uma maneira de organizarmos as informações sobre os serviços públicos disponíveis nessa área e, posteriormente, também servirá como um espaço para que se faça denúncias", explica o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Cesar Faccioli.
Com o objetivo de reduzir o consumo e conscientizar sobre os malefícios provocados pelo uso de drogas, o governo do Estado lançará, nos próximos meses, um aplicativo trazendo informações aos usuários. "Será uma maneira de organizarmos as informações sobre os serviços públicos disponíveis nessa área e, posteriormente, também servirá como um espaço para que se faça denúncias", explica o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Cesar Faccioli.
O programa para celular será disponibilizado, inicialmente, em sistema Android. Depois, a tendência é de que seja ofertado para outros sistemas operacionais. As denúncias serão encaminhadas à Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc).
Faccioli apresentou a versão beta do aplicativo ontem, durante o Fórum dos Grandes Debates sobre a luta contra a drogadição, na Assembleia Legislativa. O evento também reuniu, em painel sobre políticas públicas, os secretários estaduais de Saúde, João Gabbardo, e de Segurança Pública, Wantuir Jacini. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que 243 milhões de pessoas usam drogas ilícitas no mundo, sendo 27 milhões dependentes ou com distúrbios ligados à droga. Só em 2012, 200 mil morreram em decorrência do abuso de entorpecentes.
Conforme Faccioli, o Estado oferecer tratamento já não é mais uma opção, e sim uma necessidade. "Rumamos a um caminho perigoso, de descriminalização das drogas. Será que nossos filhos estão preparados para conviver com jovens portando entorpecentes livremente? Se liberada a oferta, a procura também se multiplicará", pondera.
O foco da política pública estadual é a prevenção e a educação. A Secretaria Estadual de Educação, por exemplo, estabeleceu Comissões Internas de Prevenção à Violência Escolar (Cipavs) em centenas de instituições de ensino. "Só repressão não resolve o problema das drogas", garante Faccioli. A pasta pretende, ainda, mapear a rede de atendimento, qualificá-la e estabelecer que os municípios criem políticas sobre as drogas. "Neste mês, faremos um leilão com objetos apreendidos do tráfico. O dinheiro arrecadado será transformado em ações concretas contra o uso de entorpecentes", informa o secretário.

Um terço das agressões tem relação com o uso de entorpecentes, afirma Gabbardo

O secretário de Saúde, João Gabbardo, destacou que acidentes e situações envolvendo violência são a segunda causa de morte no mundo e, entre adultos, a primeira. Além disso, um terço das agressões tem alguma relação com o uso de drogas, legais ou ilegais. "É preciso que estejamos atentos à necessidade de prevenir todos os tipos de droga. O combate ao tabagismo, por exemplo, se dá de maneira eficaz através da taxação do cigarro", exemplifica. O consumo de maconha também foi citado por Gabbardo como perigoso, gerando diminuição de QI, dificuldades de aprendizagem e aumentando as chances de suicídio.
A abstinência, de acordo com o secretário, não pode ser o único resultado almejado. "Temos que acolher cada usuário com suas características específicas, sem julgamentos. Nossa estratégia deve ser a redução de danos, e a nossa meta, a abstinência, uma vez que prevenção é melhor do que tratamento, e tratamento é melhor do que redução de danos. Mas redução de danos é muito melhor do que não fazer nada", observa.
Gabbardo acredita que o álcool e o tabaco devem ser tratados da mesma forma que as drogas ilícitas. "Nossa política é de inibição às drogas como um todo. Isso se dá de várias maneiras, como o incentivo ao aumento da taxação de impostos, o aumento do preço dos produtos e as campanhas de esclarecimento à população, mostrando que não é chique nem bonito fumar ou beber", relata.
Apesar de defender o tratamento igualitário a todos os tipos de drogas, o secretário não acredita que seria possível proibir o consumo de álcool e cigarro. "A proibição é muito mais cultural, e dificilmente uma campanha teria sucesso. Mesmo assim, é importante reduzirmos os dependentes, para que eles não coloquem sua integridade em risco, e também a da sociedade como um todo", ressalta.
Para Wantuir Jacini, se a oferta de drogas aumenta, a demanda também. "A China, por exemplo, teve duas guerras ao ópio e só conseguiu uma solução com políticas mais rígidas", exemplifica. A política de enfrentamento, segundo o secretário, ocorre melhorando a inteligência policial e artificial, bem como a atuação da corregedoria da polícia; qualificando a investigação de tráfico e lavagem de dinheiro; integrando secretarias e órgãos do Judiciário; e promovendo a cooperação internacional, a fim de fortalecer as fronteiras.